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Ciência & Saúde

Chip anticoncepcional: uma nova era para os métodos contraceptivos

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“Pane no sistema!” Há muito tempo livros, filmes e músicas abordam o transumanismo, isto é, a melhoria biotecnológica da natureza humana. Agora, todo mundo está falando em chip anticoncepcional, será que esse momento chegou? Brincadeiras à parte, é importante dizer que, nesse caso, a tecnologia não é robótica.

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“Na verdade, estamos falando do implante anticoncepcional, chip é um apelido”, ou seja, uma forma do senso comum se referir ao método, como esclarece a ginecologista Rita Piscopo, especialista em Ginecologia e Reprodução Humana e vice-presidente da Associação Mulher, Ciência e Reprodução Humana do Brasil (AMCR). O Dicas de Mulher conversou com a profissional para entender mais sobre esse método contraceptivo.

O que é o chip anticoncepcional?

O implante hormonal, chamado popularmente de chip anticoncepcional, é um método contraceptivo de longa duração (chamado de LARCs pelos médicos, uma sigla inglesa). “É um medicamento sob a forma de um pequeno bastão (com 4 cm de comprimento e 2 milímetros de diâmetro), que contém um hormônio que inibe a ovulação”, descreve Rita.

Para que serve o chip anticoncepcional?

A ideia desse implante hormonal é evitar a gravidez, que só ocorre se houver a ovulação. Ele age como a pílula anticoncepcional, mas com uma vantagem: você não precisa lembrar de tomar um medicamento diariamente. Aliás, o implante garante 99% de chances de não engravidar, o que a pílula só conseguirá garantir se for tomada religiosamente no mesmo horário todos os dias.

Como funciona o chip anticoncepcional?

Atualmente, no Brasil, só existe um implante hormonal vendido pela indústria farmacêutica, o chamado Implanon. Ele é composto pelo hormônio etonogestrel, também encontrado em alguns anéis vaginais. “Esse hormônio atua diretamente na função ovariana, impedindo a ovulação e alterando o muco cervical, não permitindo, assim, a passagem dos espermatozoides”, explica a ginecologista

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O bastão, colocado na parte interna do antebraço da paciente, ficando embaixo da pele. Isso é feito com ajuda de um aparelhinho e não deixa cicatriz. O próprio ginecologista faz a aplicação em consultório, colocando anestesia no local e um pequeno curativo que não deve ser retirado por 24 horas.

Durante 3 anos, o chip libera o hormônio, depois disso, se você quiser renová-lo, seu ginecologista irá retirá-lo e colocar um novo.

Quem pode usar o chip anticoncepcional?

A maioria das mulheres que não deseja engravidar nos próximos anos pode usar o implante anticoncepcional. Segundo Rita, “é uma ótima indicação para as mulheres que desejam praticidade e segurança”, visto que elas não precisarão tomar remédio diariamente.

O método é muito indicado para adolescentes e jovens adultas, pois tendem a esquecer de tomar a pílula com mais facilidade. Entretanto, mulheres de todas as idades podem fazer o implante hormonal.

Efeitos colaterais e contraindicações

Como qualquer método contraceptivo, o chip anticoncepcional possui contraindicações. As principais são:

    • Trombose venosa ou arterial.
    • Trombose pulmonar.
    • Doenças no fígado.
    • Sangramento genital de origem desconhecida.
    • Gravidez.
    • Alergia aos componentes do implante.

É muito importante conversar com seu ginecologista sobre possíveis problemas de saúde. Assim, ele poderá pedir exames e verificar se o implante é o melhor método para você.

Outro ponto importante é conhecer os possíveis efeitos colaterais do método. De acordo com a ginecologista, a reação adversa mais comum é o sangramento irregular. Além disso, algumas mulheres apresentam alterações na pele, como surgimento de acne e ganho de peso – efeitos colaterais presentes também em outros métodos anticoncepcionais.

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Dúvidas sobre o chip anticoncepcional

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Canva

Está pensando em adotar o chip anticoncepcional como seu método contraceptivo? É normal ter dúvidas. Por isso, entrevistamos a ginecologista Rita Piscopo. Acompanhe!

Dicas de Mulher – Após três anos, como o chip anticoncepcional é retirado?

Rita Piscopo – Aplica-se uma pequena anestesia na face interior do antebraço e faz uma pequena incisão. Depois disso, o implante é empurrado suavemente e retirado com o auxílio de uma pinça de apreensão. Um curativo é feito no local e a paciente pode ir para casa e seguir suas atividades normalmente.

Após retirar, em quanto tempo volto a ter chances de engravidar?

Normalmente, as mulheres voltam a menstruar e, consequentemente, a ovular entre um e três meses após a retirada do implante hormonal. Entretanto, lembre-se, o tempo que você vai demorar para engravidar depende de várias questões, inclusive do fator masculino, ou seja, de problemas do seu parceiro.

O uso de chip anticoncepcional engorda?

Os estudos não demonstram ganho expressivo de peso associado ao método. Se ocorrer, é discreto, equivalente a outros métodos hormonais.

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Quem usa chip anticoncepcional continua menstruando?

O padrão de sangramento após inserção é variável, a maioria das mulheres deixa de menstruar ou sangra esporadicamente. Mas algumas apresentam sangramento intermitente (o que causa desconfortável). Por isso é fundamental entender bem o método e tirar todas as dúvidas antes da inserção. A anticoncepção deve ser personalizada, ou seja, cada mulher tem um perfil que se adapta melhor aos determinados métodos. A satisfação com o método escolhido depende muito dessa conversa prévia.

É possível personalizar os hormônios do chip anticoncepcional conforme a paciente?

Não é possível personalizar, pois o implante contraceptivo, comercializado pela indústria farmacêutica no Brasil, contém um único componente com uma dosagem única. Não podemos confundir com os pallets hormonais, manipulados em farmácias, indicados para a terapia de reposição hormonal.

É seguro colocar chip anticoncepcional?

Sim, a inserção e o uso são seguros, desde que haja uma indicação médica, considerando o perfil de cada paciente, e o chip seja implantado por um médico habilitado.

É possível colocar o chip anticoncepcional pelo SUS? E por plano de saúde?

O Ministério da Saúde incorporou ao Sistema Único de Saúde (SUS) o implante subdérmico de etonogestrel para a prevenção da gravidez não planejada por mulheres adultas com idade entre 18 e 49 anos. Assim, vão receber o implante, mulheres em situação de rua; com HIV/AIDS, privadas de liberdade, trabalhadoras do sexo, e em tratamento de tuberculose no âmbito do SUS. Um programa específico de assistência para esses grupos está sendo criado, associado às políticas de planejamento familiar. Até agora, o chip é fornecido apenas para populações específicas. Os planos de saúde não preveem cobertura para o método.

Qual o valor, em média, de um chip anticoncepcional?

O implante pode custar por volta de R$ 1.000. Mas é importante destacar que tanto seu preço quanto o valor da consulta, colocação e os honorários médicos variam de acordo com cada profissional e região do país.

Cada vez mais, encontramos diferentes métodos anticoncepcionais, que aumentam o poder de escolha da mulher. Com isso, ela pode planejar sua gravidez com mais segurança ou optar por não ter filhos. Entre as opções contraceptivas, o DIU de Mirena possui longa duração hormonal. Conheça!

As informações contidas nesta página têm caráter meramente informativo. Elas não substituem o aconselhamento e acompanhamentos de médicos, nutricionistas, psicólogos, profissionais de educação física e outros especialistas.

Fonte: dicasdemulher

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