A pílula anticoncepcional é um método contraceptivo feminino que controla os níveis de hormônios reprodutivos e evita gestações não programadas. Além de prevenir a ovulação e a fecundação, esse medicamento também pode ser usado para regular o fluxo e a frequência do ciclo menstrual e auxiliar no tratamento de doenças ligadas a variações hormonais.
As pílulas contraceptivas foram lançadas no início dos anos 1960 com a proposta de ser um tratamento acessível, eficiente e fácil de usar. A primeira versão chegou ao mercado americano em agosto de 1960 e veio para o Brasil apenas 2 anos depois.
Hoje, mais de 6 décadas após a invenção do medicamento, você encontra versões com efeitos, funções e instruções de uso que se adequam à rotina de vários perfis de mulheres. Por isso, antes de escolher a pílula, confira aqui algumas dicas sobre o funcionamento e as vantagens dos principais tipos disponíveis.
O que é a pílula anticoncepcional?
Os anticoncepcionais são comprimidos compostos por doses diferentes dos hormônios estrogênio e progesterona, substâncias produzidas naturalmente pelo corpo em fases específicas do ciclo reprodutivo e responsáveis por controlar a menstruação, a ovulação e outras mudanças no corpo.
A ingestão desses hormônios em doses adequadas é capaz de causar alterações que impedem a liberação e a fecundação dos óvulos, o que impossibilita a gravidez.
Como o estrogênio e o progesterona também atuam em outras partes do organismo, as pílulas contraceptivas podem ser eficazes no controle da acne, na redução de cólicas, de pelos e sintomas da tensão pré-menstrual (TPM), bem como no tratamento de condições como a síndrome do ovário policístico e a endometriose.
Quais são os tipos de pílula anticoncepcional?
Dependendo da idade, das condições clínicas da paciente e das funções desejadas, é possível encontrar pílulas com dosagens hormonais diferentes. Antes de iniciar o tratamento é importante consultar um médico ginecologista para entender qual é a melhor escolha para você.
Pílula monofásica
As pílulas monofásicas são um dos tipos mais populares de contraceptivos. Elas vêm em embalagens com 21 ou 24 comprimidos e são compostas por uma combinação de estrogênio e progesterona. Todos os comprimidos da cartela contam com as mesmas quantidades desses hormônios.
A primeira dose deve ser tomada entre o primeiro e o quinto dia da menstruação e, quando a cartela acabar, é preciso fazer uma pausa de 3 a 7 dias, de acordo com as instruções da bula. Durante o período de intervalo é esperado que a menstruação ocorra normalmente.
Pílula multifásica
Outra opção popular é a pílula multifásica. A diferença é que, nesse caso, cada comprimido conta com doses diferentes de progesterona e estrogênio para simular a carga hormonal típica em diferentes fases do ciclo menstrual.
As quantidades vêm ordenadas em uma sequência específica para atender às necessidades do corpo ao longo do mês e, por isso, é muito importante respeitar a ordem da cartela.
Minipílula
Já a minipílula, também conhecida como pílula de progesterona, é a versão indicada para mulheres que deram à luz recentemente e querem evitar uma nova gestação. Os comprimidos contam somente com o hormônio progesterona e devem ser tomados continuamente.
A principal função dessa versão é impedir que o espermatozoide chegue ao útero, o que diminui as chances de fecundação e, assim, reduz a possibilidade de engravidar.
Quais são os benefícios da pílula anticoncepcional?
O alto índice de eficácia contra gestações indesejadas, combinado aos vários benefícios que a pílula pode trazer para o bem-estar e a saúde feminina, faz com que este medicamento seja uma das escolhas mais populares na hora de decidir um método contraceptivo.
Eficácia de 98% contra a gravidez
Quando as pílulas anticoncepcionais são usadas da maneira correta, ou seja, de acordo com as instruções da bula e do ginecologista, têm eficácia de até 98%.
Combinar este método com o uso de preservativos pode aumentar a proteção para até 99%, o que significa uma segurança ainda maior contra gravidezes não planejadas.
Reduz as cólicas e a TPM
Ao ajustar as doses de progesterona e estrogênio no organismo, as pílulas contraceptivas são capazes de reduzir os sintomas típicos do ciclo menstrual, como cólicas, acne e dores tensionais.
Diminui o fluxo menstrual
A correção da carga hormonal também contribui para ciclos menstruais mais curtos e com um fluxo reduzido. Além disso, os efeitos podem incluir a regularização dos períodos, ajudando a prever as datas de menstruação.
Pode reduzir o risco de câncer no ovário e endométrio
Há evidências de que o uso prolongado das pílulas anticoncepcionais ajuda a diminuir o risco de desenvolver câncer de ovário e endométrio. A redução pode chegar a até 70% após 10 anos de tratamento com esses comprimidos.
Como funciona a pílula anticoncepcional?
Para entender o funcionamento dos anticoncepcionais, é importante conhecer as fases e os processos que acontecem mensalmente nos corpos femininos após a maturação sexual.
Uma vez por mês, o sistema reprodutor feminino se prepara para uma possível gestação. Durante uma janela de 25 a 30 dias, o organismo passa por mudanças que incluem a variação na produção de 4 tipos de hormônios: o progesterona, o estrogênio, o folículo-estimulante (FSH) e o luteinizante (LH).
A ordem em que essas substâncias são liberadas é sempre a mesma. Logo no início do ciclo menstrual, a hipófise, uma glândula que fica no cérebro, libera o FSH para sinalizar ao organismo que um óvulo deve começar a ser preparado.
Os ovários recebem essa mensagem e, assim que começam a produção, também passam a liberar estrogênio. O aumento da concentração desse hormônio no corpo sinaliza para a hipófise que ela já pode produzir o LH, a substância responsável por enviar o óvulo em direção ao útero.
Além da ovulação, o LH também estimula um aumento da produção de progesterona, um hormônio produzido nos ovários que faz com que a parede interna do útero, chamada endométrio, comece a engrossar.
Se o útero não receber um bebê dentro dos próximos 14 dias, os níveis de progesterona voltam a baixar e levam à descamação do endométrio. Este processo causa um sangramento, que sai do corpo na forma de menstruação.
A pílula anticoncepcional bloqueia o ciclo
Em um ciclo normal, todo esse processo começaria novamente e as etapas seriam repetidas uma vez por mês. No entanto, as pílulas contraceptivas injetam doses externas dos hormônios produzidos no útero e bloqueiam ou reduzem o trabalho da hipófise.
A concentração mais alta de estrogênio e progesterona interfere na produção de FSH e LH e, assim, a ovulação não acontece.
As dosagens presentes nos comprimidos também levam a mudanças físicas no sistema reprodutor que impedem a implantação de um possível óvulo fecundado, como o engrossamento do muco cervical uterino.
Como escolher a melhor pílula anticoncepcional?
Como cada anticoncepcional pode causar efeitos diferentes, a escolha do comprimido deve ser feita considerando o organismo da mulher e as vontades de cada pessoa.
Desejo ou não de menstruar
Enquanto alguns contraceptivos impedem a ocorrência da menstruação ou diminuem o fluxo, outros permitem que o sangramento mensal continue normalmente.
Presença ou ausência de acne e inchaço
Há contraceptivos que diminuem a produção de óleo no organismo, o que pode reduzir a formação de acne. Outros contam com versões especiais dos hormônios uterinos que diminuem as chances de provocar retenção de líquido e, consequentemente, inchaço.
Quantidade e nível de cólicas menstruais
Alguns tipos de pílula ajudam a reduzir as contrações uterinas e, consequentemente, as dores abdominais.
Os contraceptivos de uso contínuo ou com pausas mais curtas costumam ter resultados melhores para essa tarefa, mas isso pode variar de acordo com as reações do organismo.
Vontade de engravidar futuramente
A dose de progesterona e estrogênio presente na pílula afeta a atividade da hipófise, uma glândula que produz hormônios essenciais para a gravidez. Dependendo das dosagens, essa estrutura pode demorar até um ano para voltar a funcionar normalmente, o que aumentaria o prazo para uma possível gestação após deixar de tomar a pílula.
Alguns comprimidos contam com uma composição menos agressiva, permitindo que a hipófise continue trabalhando em uma intensidade mais baixa enquanto você toma o contraceptivo. Nesse caso, a ovulação, e, assim, a gestação, poderá ocorrer com mais facilidade na ausência do medicamento.
Presença de condições ginecológicas prévias
Determinados anticoncepcionais podem ser contraindicados para pessoas com histórico de problemas clínicos ou ginecológicos, como a síndrome do ovário policístico, mioma, hipertensão, trombose e alguns tipos de câncer.
Informe o ginecologista sobre a ocorrência ou suspeita de qualquer doença ou condição de saúde antes de começar o tratamento.
Como tomar corretamente a pílula anticoncepcional?
O uso correto da pílula depende do contraceptivo escolhido e das indicações contidas na bula.
De forma geral, os anticoncepcionais com pausa devem ser ingeridos uma vez por dia, sempre no mesmo horário, até o fim da cartela. A primeira cápsula precisa ser tomada entre o primeiro e o quinto dia da menstruação e um intervalo de até 7 dias deve ser feito assim que a cartela acabar.
Já as pílulas de uso contínuo devem ser consumidas todos os dias a partir do início da menstruação, sempre no mesmo horário e sem pausas. Se for necessário parar o tratamento, é essencial consultar um ginecologista.
Os efeitos dos comprimidos podem ser sentidos a partir do primeiro dia de uso. No entanto, para desfrutar de proteção completa, é indicado manter a ingestão regular e só ter relações sexuais após uma cartela de comprimidos.
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Fonte: araujo