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Novas galáxias podem redefinir a compreensão atual da origem do universo

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O Telescópio James Webb, da Nasa, detectou possíveis galáxias que podem redefinir a compreensão atual sobre a formação de galáxias e a origem do próprio universo. O estudo foi publicado na revista Nature, na quarta-feira 22.

Seis delas teria levado apenas 500 a 700 milhões de anos — velocidade que surpreendeu os cientistas — e são tão maduras quanto a Via Láctea, que possui quase 14 bilhões de anos. A possível descoberta altera a compreensão dos cientistas sobre o início do universo primitivo, visto o surgimento “prematuro” e a massa das galáxias, que não deveriam existir nesse estágio de desenvolvimento do universo.

“Você simplesmente não espera que o universo primitivo seja capaz de se organizar tão rapidamente”, disse Erica Nelson, co-autora da pesquisa e professora assistente de astrofísica da Universidade do Colorado em Boulder. “Essas galáxias não deveriam ter tido tempo de se formar”.

Sobre as galáxias que não deveriam existir

Segundo os pesquisadores, as galáxias identificadas são muito maiores “do que o previsto em estudos anteriores”, com quase tantas estrelas quanto a atual Via Láctea, mas compactadas em um espaço menor do que se espera para a massa apresentada.

“Esta é uma descoberta surpreendente e inesperada”, disse Joel Leja, astrofísico da Penn State e coautor do estudo, ao site Deutsche Welle no Brasil. “Pensávamos que as galáxias se formavam em períodos muito mais longos”.

“Embora a maioria das galáxias nesta era ainda seja pequena e apenas cresça gradualmente ao longo do tempo (…) existem alguns monstros que atingem a maturidade rapidamente. Por que isso acontece ou como isso funcionaria ainda é desconhecido”, disse o astrofísico Ivo Labbé, da Universidade de Tecnologia de Swinburne (Austrália), principal autor do estudo.

“Elas são radicalmente diferentes, criaturas verdadeiramente bizarras”, afirma Labbé. “Se a Via Láctea fosse um adulto de tamanho regular e médio, digamos, cerca de 1,75 metro de altura e 70 kg de peso, essas galáxias seriam bebês de um ano de idade pesando o mesmo, mas com menos de sete centímetros de altura. O universo primitivo é um show de horrores.”

Os achados foram baseados no primeiro conjunto de dados do James Webb, divulgado pela Nasa em julho do ano passado.

O mistério da matéria escura

A formação de galáxias após o Big Bang aparentemente dependeu de um material misterioso chamado de “matéria escura”, que é invisível para o olho humano, mas é conhecido pela influência gravitacional que exerce sobre a matéria normal. “A principal teoria é que um oceano de matéria escura preencheu o universo primitivo após o Big Bang”, explicou Labbe ao DW.

“Essa matéria escura — não sabemos o que realmente é — começou muito suave, com minúsculas ondas”, contou. “Estas cresceram ao longo do tempo devido à gravidade e, eventualmente, a matéria escura começou a se acumular em aglomerados concentrados, arrastando o gás hidrogênio ao longo do caminho. Esse hidrogênio gasoso é o que acabou se transformando em estrelas. Aglomerados de matéria escura, gás e estrelas são o que chamamos de galáxia”.

Fonte: revistaoeste

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