A Suprema Corte dos Estados Unidos julgará, na próxima sexta-feira, 17, uma ação que questiona se o patrocínio de uma vigília de oração pela cidade de Ocala, na Flórida, ofendeu os ateus que residem no local. Segundo a acusação, a vigília violou a Primeira Emenda.
O julgamento remete a 2014, quando os moradores de Ocala realizaram uma vigília pública após os tiroteios em que crianças pequenas ficaram feridas. O chefe de polícia local incentivou os moradores a comparecerem ao evento.
Alguns ateus compareceram à vigília e alegaram que, ao organizar o evento, a cidade violou a chamada separação entre Igreja, Estado e a Cláusula de Estabelecimento da Constituição.
Os entrevistados dizem que a vigília apresentava elementos religiosos que os ofendiam e os faziam se sentir excluídos.
“Policiais uniformizados pregaram o cristianismo em um estilo revivalista para centenas de cidadãos reunidos por uma hora no coração da cidade”, disse uma das testemunhas.
“Os ateus foram convidados a comparecer pelas autoridades da cidade, tinham interesse em fazer parte da comunidade e estavam preocupados com o crime”, disse outra testemunha. “Eles compareceram, mas não puderam participar de nenhuma atividade, porque era tudo oração”.
A Suprema Corte decidiu, em junho de 2022, que um distrito escolar no Estado de Washington violou as proteções à liberdade religiosa da Primeira Emenda, ao demitir o técnico de futebol norte-americano Joseph Kennedy por orar depois dos jogos.
O Tribunal Superior concluiu que a Constituição dos EUA não exige nem permite que os governos proíbam a liberdade religiosa.
A cidade de Ocala, em setembro de 2022, entrou com uma petição na Suprema Corte solicitando que o Tribunal decida se “ofensa psíquica ou emocional supostamente causada pela observação de mensagens religiosas [é] uma lesão suficiente para conferir legitimidade, inclusive quando a parte ofendida busca deliberadamente a exposição em questão”.
Fonte: revistaoeste