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Nas montanhas da Suíça, cactos substituem neve em ‘novo normal’ climático

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No inverno de Valais, uma região administrativa no sul da , é comum que as montanhas completamente cobertas de neve, como se um tapete branco se estendesse pelos vales. No entanto, à medida que o aquecimento global se intensifica, uma espécie invasora de cactos começou a se proliferar na região, invadindo suas reservas naturais.

Segundo as autoridades suíças, os cactos, também chamados de peras espinhosas, pertencem ao gênero Opuntia e representam uma ameaça à local. A espécie também se prolifera em algumas colinas ao redor da capital de Valais, Sion, onde já cobriram 30% da vegetação, segundo estimativas.

A presença da planta já foi relatada em regiões alpinas vizinhas, principalmente em Ticino, no Grisões na Suíça, no vale de Aosta e em Valtellina, na Itália.

“Em algumas partes do Valais, estimamos que os cactos podem ocupar um terço da superfície disponível”, afirmou o que trabalha no serviço de proteção da natureza do cantão de Valais, Yann Triponez.

De acordo com ele, existe Opuntia nas montanhas suíças pelo menos desde o final do século 18, quando foi importada da América do Norte. Porém, o clima cada vez mais quente nos Alpes permitiu períodos de vegetação mais longos, já que a cobertura de neve diminuiu e criou condições ideias para sua propagação. Embora consigam aguentar de 10 a 15 graus negativos, as plantas preferem lugares secos – sem neve.

Em altitudes baixas, é cada vez mais raro se encontrar neve, mesmo nos Alpes. A agência governamental da Suíça, Meteo Swiss, afirmou que o número de dias com neve registrada abaixo de 800 metros caiu pela metade desde 1970. Segundo um estudo recente publicado na revista científica Nature Climate Change, os Alpes perderam cerca de um mês de neve em relação às médias históricas, situação descrita como “sem precedentes nos últimos seis séculos”.

As temperaturas nos Alpes têm subido duas vezes mais rápido que a média global. Na Suíça, a média registrada nos termômetros já é 2,4°C mais alta do que no do século 19. 

Apenas quatro das nove espécies de Opuntia identificadas em Valais representam uma ameaça aos ecossistemas locais. Mas na altitude abaixo de 700 metros, as nove espécies competem com plantas endêmicas que são ameaçadas. Com a presença dos cactos, outras espécies naturais da região não crescem.

Impedir que o Opuntia se prolifere não é uma tarefa fácil, já que as plantas se reproduzem com facilidade, voltando a crescer mesmo quando derrubadas, e se recuperam rapidamente depois de arrancadas.

Fonte: Veja

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