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Artesãos brasileiros criam brinquedos inclusivos; representatividade e respeito às crianças

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Ninguém é igual, todo mundo é diferente. A pluralidade é linda e brinquedos inclusivos têm o poder da representatividade e de ensinar o respeito às crianças. Por isso, artesãos de várias partes do Brasil estão criando bonecas, bonecos, jogos, livros e filmes que mostram que a sociedade é diversa e exige compreensão.

São profissionais de São Paulo, Amazonas, Pará e Rondônia, entre outros. Cada um em seu Estado trabalhando para que as crianças brasileiras se identifiquem nos brinquedos que recebem.

Os brinquedos inclusivos trabalham desde questões relativas à etnia, diferenças físicas e culturais, além de deficiências e quem passa por tratamentos de saúde, como quimioterapia que pode fazer cair o cabelo.

Amigos da inclusão

Na busca pelo respeito aos deficientes, a artesã Cristiane Mendonça e a filha Sofia passaram a produzir bonecas com diferentes tipos de deficiência e de doenças. A série se chama “Amigos da inclusão”

As bonecas feitas de pano pode ser vistas em cadeiras de rodas, outras são cegas, algumas têm nanismo, vitiligo e alopecia (perda de cabelo).

Diversão

Zuleide Martins, de Boa Vista, em Rondônia, viu que era preciso ter brinquedos destinados às crianças com espectro autistas quando o filho Vinícius, de 7 anos, foi diagnosticado.

Foi aí que ela passou a produzir peças coloridas, carrinhos de madeira e jogos com bastões o ajudariam no estímulo da fala e na convivência social e montou a própria fábrica de brinquedos.

Desde então, inspirada na sua experiência, ela passou a atender outras mães, pais, cuidadores e profissionais com as mesmas necessidades, por meio de sua produção artesanal.

“Bonecas de Propósito”

A museóloga aposentada Fernanda Candeias  criou uma série que batizou de “Bonecas de Propósito” que se destinam às crianças que fazem tratamento de quimioterapia, cardíaco e de fissuras no lábio.

As bonecas têm corações bordados na parte da frente e detalhes em que as crianças se reconhecem. Voluntárias ajudam na tarefa.

As irmãs Lúcua, Joyce e Maria Cristina Venâncio, de São Paulo, criaram as bonecas Preta Pretinha. A criatividade está no sangue e foi herdada da avó, que costurava bonecas para as irmãs levarem para a escola.

O trio criou o Instituto Preta Pretinha para fortalecer a autoestima de famílias negras por meio do artesanato. Em 2017, o projeto foi reconhecido como ponto de cultura e se espalhou por escolas públicas e privadas, ajudando a fortalecer a bandeira antirracista erguida pela família.

 Bonecas Indígenas

As bonecas Tikuna, da artista plástica We’e’ena Tikuna, nascida na Terra Indígena Tikuna Umariaçu, no Amazonas, na região do Alto Rio Solimões, são feitas de algodão e trazem todos os adereço deste povo indígena.

Os grafismos nos rostos e nas roupas dos bonecos e bonecas fazem parte da cultura do povo Tikuna e são mais um elemento para a inclusão da história dos povos indígenas no universo das brincadeiras.

Boneca-Filme

As bonecas Anaty, do tupi-guaraini “menina”, tem nove anos e virou inspiração de livro. Elas são costuradas com roupas e pinturas do povo indígena Anambé, do Pará.  De acordo com a artista plástica Luakam, a iniciativa foi a forma de dar ao volta por cima quando sonhava em ter uma boneca e não podia.

A produção do livro infantil “Luakam e a boneca Anaty” (Cria Editora), de Nádia Alonso, conta com a ajuda da filha, Átina, envolvendo três gerações da família que busca levar mais representatividade para as brincadeiras dos curumins de todo o Brasil.

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Brinquedos afro

Aproximar bebês e crianças das culturas africanas e afro-diaspóricas por meio de livros, jogos e brinquedos afro-referenciados, este é o objetivo da produção Fulelê, criada por Denise Aires, em 2020.

Na coleção há dominó afro, quebra-cabeça, afrocubo, máscaras e jogo do baobá: em dois anos, a empreendedora lançou mais de dez peças autorais e projetos desenhados para serem confeccionados.

O xodó é o quiet books (livros com o objetivo de desenvolver a coordenação motora fina e estimular os sentidos) com a temática afro para o filho Lukeny, na época com dois anos.

Jogo de memória

A escritora Thata Alves criou o “Baobá é Memória” um trabalho lúdico voltado para o público infantil. É um jogo da memória com figuras dos Orixás, apresentando cores, adereços, vestimentas e suas respectivas saudações. Mãe de gêmeos, e filha de santo no candomblé, Thata afirma que as cartas surgem como resposta à intolerância religiosa.

“O jogo tem como propósito proporcionar o aprendizado sobre os Orixás de forma intuitiva e inconsciente pelas crianças”, concluiu.

Com informações do site Lunetas

Fonte: sonoticiaboa

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