Mesmo com a garantia de que ela deixaria o Progressista (PP) e se filiaria ao PSD, o imbróglio ainda preocupa as lideranças do novo governo e tem afastado Fávaro da cadeira de ministro.
Apesar de em Mato Grosso o PP estar na coligação que defendeu a candidatura de Lula a presidência, Buzetti fez campanha para o presidente Jair Bolsonaro em Mato Grosso, inclusive, com duras críticas ao ex-presidente Lula. O fato gerou um grande mal-estar, porque além da questão partidária ela ocupa a primeira suplência de Fávaro, que foi o coordenador-geral da campanha petista no Estado.
O que ocorre é que o presidente eleito quer priorizar uma base forte no Congresso, para evitar desfalques na base política do governo, principalmente no Senado. O presidente sinalizou que vai calibrar essas indicações, além disso, o PSD já estaria com o comando de dois ministérios: Infraestrutura e Turismo. O que pode acabar dificultando também que Fávaro seja o terceiro nome da legenda com cargo no alto escalão.
Diante disso, a briga pelo cargo estaria entre o deputado federal Neri Geller (PP) e o ex-deputado federal Nilson Leitão (PSDB), ambos de Mato Grosso. Contemplando o parlamentar, que ficará de fora do Congresso Nacional no próximo ano pois perder a corrida à senatória, o presidente petista atrairia, ainda mais, para o seu arco de alianças o Progressistas. Além disso, reforçaria a sua bancada governista na Câmara e no Senado Federal.
Já Leitão tem se articulado pelas beiradas, se aproveitando ada sua proximidade com o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin. O seu portifólio como político também o credenciaria para o cargo. Além disso, em Mato Grosso o nome de Leitão tem maior aceitação entre os produtores do que o de Neri, que enfrenta forte resistência por parte de lideranças ligadas a entidades como Aprosoja e Famato.
Nos bastidores, Neri teria a preferência, por conta do empenho que teve na campanha presidencial. No entanto, a nova gestão ainda não sabe se está disposta a enfrentar o desgaste de nomear como ministro um parlamentar que teve o mandato cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), apesar de já haver uma liminar o credenciando a ocupar cargos públicos.
Fonte: leiagora