Antes de começar este texto, eu preciso trazer um pouquinho de contexto sobre a minha história com World of Warcraft. Desde criança, eu via as pessoas falando desse jogo multiplayer onde você podia ser o que quiser em um mundo fantástico com guerreiros, magos, elfos e por aí vai. Como um grande fã de livros como O Senhor dos Anéis, eu sempre tive vontade de jogá-lo, mas por questões econômicas eu simplesmente não tinha acesso a ele.
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Isso mudou em 2012. Este foi o ano que, pela primeira vez na minha vida, eu fui presenteado com uma cópia do jogo, suas expansões e uma assinatura de um mês para fazer o que eu quisesse, e é claro que o eu adolescente aproveitou disso. Durante o período de 2012 até 2014, eu comia, dormia e respirava World of Warcraft, e era um vício bem diferente do que eu estava acostumado com outros jogos da época.
Para você ter uma ideia, durante os jogos do Brasil na Copa do Mundo de 2014, eu preferia ficar jogando WoW com os meus amigos do que ver a seleção jogar. Uma das poucas vezes que eu decidi assistir a partida por completo foi no fatídico dia do 7-1 contra a Alemanha, e a única coisa que eu pensava naquele momento era “eu podia estar upando o meu panda”.
Infelizmente, conforme o tempo foi passando e as responsabilidades de um adolescente/adulto foram chegando, eu comecei a abandonar o vício do “WoWzinho” e nunca mais olhei para ele… até agora. Eu tive a oportunidade de jogar a mais nova expansão, Dragonflight, e minha reação foi de surpresa, mas de familiaridade ao mesmo tempo. Eu não conseguia acreditar que depois de tanto tempo eu estava de volta, e o mundo de Azeroth estava me recebendo de braços abertos.
Mundo novo, mas familiar
Eu decidi começar direto pela campanha da expansão Dragonflight, e foi uma das melhores decisões que eu pude tomar. O vídeo de abertura da expansão é sensacional, e coloca o jogador já no centro do novo conflito. Para chegar no novo continente chamado Ilhas do Dragão, eu precisei pegar um barco que pudesse me levar até lá. Ao chegar na nova área, o jogo simplesmente jogou na minha cara tudo que eu poderia fazer naquele playground gigantesco. Novos inimigos, personagens, missões, segredos e armas me esperavam, e a ansiedade quase tomou conta do meu corpo.
O início de qualquer personagem novo no WoW funciona quase como um ritual: Eu devo aceitar a maioria das missões (incluindo as principais), explorar e tentar subir de nível o mais rápido possível. Apesar de ter alguns probleminhas para se conectar no servidor (por conta da quantidade absurda de players logando ao mesmo tempo), não demorou para que eu finalmente entrasse no jogo e ficasse estável lá dentro.
Quanto mais eu jogava e explorava, mais eu sentia o vício voltando. A essência de World of Warcraft não mudou nem um pouco nestes anos, e eu não sei se isso é algo bom ou ruim. Apesar de eu não ter jogado as expansões mais recentes (minha última foi Warlords of Draenor), eu vi que a experiência base do jogo permanecia a mesma mesmo depois de 8 anos de hiato da minha parte.
Como eu falei, eu não sei se isso é bom ou ruim, mas é comemorável ver que o jogo continua com sucesso e relevância depois de tantos anos, principalmente quando existem outros MMOs tão bons quanto (Estou falando de você, Final Fantasy XIV). Mas é claro que a expansão vai além da essência, e tudo que existe de novo é feito com muita maestria.
O novo continente é dividido em quatro zonas gigantescas que refletem a história dessas terras esquecidas. Cada local conta com fauna e flora únicas, inimigos especiais, vários dungeons para explorar, muitas missões e muita, mas muita história para contar. Todas as zonas são bem verticais, e recompensam a exploração dos jogadores graças a nova mecânica de voo dos Dracthyr. A cidade principal, Valdrakken, é massiva e reluz todo o esplendor da raça draconiana, que guarda muitos segredos por conta dos séculos em que a cidade esteve “perdida” para o mundo de fora.
É claro que eu preciso falar da nova raça, Dracthyr. Os Dracthyr são literalmente criaturas ligadas a dragões e que podem fazer tudo que um dragão faz. Você pode voar, cuspir fogo, lançar magias poderosas e muito mais no jogo, e isso te faz se sentir um grande “badass”. O jogo sempre conseguiu transmitir essa sensação com qualquer raça ou classe que você escolhesse, mas existe algo de especial e único no poder dos Dracthyr.
A comunidade continua tão receptiva e tóxica quanto antes. Acho que isso é um mal que ocorre em todo tipo de jogo online, onde sempre vai existir uma porcentagem de pessoas que estão dispostas a te ajudar, mas também sempre terá o bando de jogador que só quer ver o mundo (de warcraft) pegar fogo. De uma certa forma, isso é bem nostálgico e fiquei feliz em ver que não mudou.
Lá e de volta outra vez
Voltar ao World of Warcraft depois de todos esses anos foi uma bela surpresa. Eu esperava que o meu amadurecimento como pessoa e profissional iria permitir que eu não caísse na mesma “armadilha” de anos atrás, mas hoje eu vejo que isso é mais difícil do que parece. Apesar de eu ter tido mais autocontrole e não ter permitido que o jogo tomasse tanto do meu tempo quanto 8 anos atrás, eu ainda me via jogando por mais horas que eu deveria, e não tenho vergonha de admitir que eu cheguei a procrastinar em algumas coisas mais importantes (Sim, estou falando da limpeza da minha casa).
Dito isso, World of Warcraft é um jogo eterno e sua nova expansão é simplesmente genial. Eu não sei se no momento eu vou comprar mais um mês de jogo para continuar jogando, mas eu sei que eu posso retornar a qualquer momento sem ter medo do jogo perder a sua qualidade. Dragonflight foi um tiro certeiro por parte da Blizzard, e só prova algo que muitos temiam não ser verdade: World of Warcraft ainda tem muita lenha para queimar.
World of Warcraft: Dragonflight está disponível para PC.
Fonte: terra gameon