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Saúde

5 Principais Descobertas sobre Saúde e Clima em 2021: O Que o Maior Relatório Revela

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Nesta quarta-feira (29), o periódico The Lancet em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou o maior relatório de impactos na saúde causados por mudanças climáticas do ano. Trata-se da nona edição do Lancet Countdown on Health and Climate Change, que contou com a colaboração de 128 pesquisadores de 71 instituições acadêmicas.

Publicado dias antes da COP30 (que começa em 10 de novembro), o relatório mostra a conexão entre mudanças climáticas e saúde, podendo pautar as discussões da conferência em Belém. O documento fornece dados sobre número de mortes por ondas de calor, poluição do ar e fumaça de queimadas, financiamento para adaptação climática, entre outros temas.

Abaixo, confira os principais dados do relatório.

Ondas de calor

2024 foi o ano mais quente já registrado. O número de mortes relacionadas a ondas de calor cresceu 23% desde os anos 1990: atualmente, uma média de 546 mil pessoas morrem todos os anos em decorrência do calor. Os grupos mais vulneráveis são crianças abaixo de um ano e idosos acima de 65 anos de idade.

Ao redor do mundo, uma pessoa média foi exposta a 16 dias de calor extremo, em níveis perigosos à saúde. Já os grupos vulneráveis, por serem mais sensíveis à temperatura, foram expostos a 20 dias de calor perigosos à saúde. Foi um aumento de 389% e 304%, respectivamente, em relação à média de 1986 a 2005.

O calor também foi sentido na economia. A exposição ao calor resultou em uma perda de 639 bilhões potenciais horas de produtividade no trabalho em 2024, resultando em uma perda de US$ 1,09 trilhão (quase 1% do PIB mundial).

Queimadas florestais

O clima quente e seco favorece a ocorrência de incêndios florestais. Algumas partículas liberadas nas queimadas são chamadas PM 2.5, por medirem 2,5 micrômetros de diâmetro ou menos. Esse tamanho é 25 vezes menor que a espessura de um fio de cabelo, podendo facilmente ser absorvido pelos pulmões e entrar na corrente sanguínea. 

Em 2024, 154 mil pessoas morreram em decorrência da inalação de partículas PM 2.5, presente na fumaça das queimadas. O número representa um aumento de 36% em comparação à média de 2003 a 2012.

Poluição atmosférica

Mais de 2 bilhões de pessoas, especialmente em países pobres, usam combustíveis poluentes em suas casas. Em 65 países com baixo acesso a energia limpa, a poluição atmosférica decorrente do uso doméstico de combustíveis resultou em 2,3 milhões de mortes evitáveis em 2022. No total, 2,5 milhões de mortes por ano são atribuídas à poluição atmosférica decorrente da queima de combustíveis fósseis.

As consequências não são iguais para todos. O acesso desigual a tecnologia e energia limpa torna algumas populações dependentes de combustíveis nocivos. Em países pobres, apenas 3,5% da eletricidade vem de fontes renováveis, em comparação a 13,3% em países ricos. 88% das residências em países pobres dependem de biomassa poluente para cozinhar e aquecer a casa.

Subsídio para combustíveis fósseis

Boa parte da matriz energética mundial depende de combustíveis fósseis – mas o preço dessa fonte de energia só cresce. Isso levou os governos a gastarem US$ 956 bilhões em subsídios para combustíveis fósseis em 2023. Apenas 87 países são responsáveis por 93% das emissões globais de CO2. Desses, 15 gastaram mais dinheiro em subsídios para combustíveis fósseis do que na saúde nacional. Cinco desses países chegaram a gastar o dobro de seus respectivos orçamentos de saúde em subsídios: Irã, Líbia, Argélia, Venezuela e Uzbequistão.

“O crescente barateamento e acessibilidade de energia limpa e renovável apresenta uma oportunidade de aumentar a geração de energia local, reduzir os malefícios à saúde dos combustíveis fósseis, e apoia o redirecionamento de subsídios de combustíveis fósseis para promover um futuro mais saudável”, afirmou a pesquisadora Marina Romanello, Diretora Executiva do relatório, em depoimento.

Os bancos privados também contribuem para a expansão dos combustíveis fósseis. Os 40 maiores credores do setor de combustíveis fósseis investiram, juntos, US$ 611 bilhões em 2024 (29% a mais do que em 2023). O valor excede em 15% os empréstimos concedidos ao setor verde.

Os pontos positivos

Apesar dos dados alarmantes, o relatório ressalta que a ação para frear as mudanças climáticas já mostra resultados positivos. A redução do uso de carvão, especialmente em países ricos, preveniu cerca de 160 mil mortes prematuras por ano entre 2010 e 2022. 

Ao mesmo tempo, a porcentagem de energia gerada por fontes renováveis modernas atingiu valor recorde em 2022, aos 12%. Junto da transição energética surgem empregos mais sustentáveis: mundialmente mais de 16 milhões de pessoas trabalharam diretamente ou indiretamente em renováveis em 2023 (18,3% a mais do que em 2022).

Para ler o relatório completo, clique aqui.

Fonte: abril

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