Produção em ritmo acelerado
O aumento de 14,2% em relação a 2023/24 acompanha a expansão da área cultivada, que deve chegar a 81,8 milhões de hectares. A soja continua sendo o carro-chefe, com mais 1,5 milhão de hectares plantados, seguida pelo milho, que cresce 507,8 mil hectares.
O levantamento do IBGE mostra que Mato Grosso segue como líder absoluto da produção, responsável por 31,5% do total nacional. Na sequência aparecem Paraná (13,6%), Goiás (11,6%), Rio Grande do Sul (9,7%), Mato Grosso do Sul (7,6%) e Minas Gerais (5,5%). Juntos, esses seis estados concentram quase 80% da safra brasileira.
Regionalmente, o Centro-Oeste responde por mais da metade do volume produzido (51%), enquanto o Sul contribui com 25,4%, o Sudeste com 8,9%, o Nordeste com 8,4% e o Norte com 6,3%.


Déficit de armazenagem no Brasil: o elo frágil do agronegócio
Mesmo com o crescimento acelerado do campo, a infraestrutura não acompanha o mesmo ritmo. A capacidade estática de estocagem cobre apenas 64% da produção projetada. Isso significa que parte considerável da colheita precisará ser direcionada imediatamente ao mercado, muitas vezes em condições desfavoráveis de preço ou logística.
O gargalo afeta a rentabilidade dos produtores, aumenta o risco de perdas e compromete a competitividade internacional do Brasil, justamente em um momento de consolidação como potência agrícola global.
Soluções emergenciais ganham espaço
Entre as alternativas que vêm ganhando adesão está o silo-bolsa, estrutura plástica tubular que permite armazenar grãos por até dois anos. Além de mais barato do que os silos metálicos tradicionais, o modelo pode ser instalado diretamente nas fazendas, garantindo praticidade e flexibilidade.
Países como Argentina e Uruguai já adotam a solução em larga escala: até 60% da produção de grãos é estocada dessa forma. Além de manter a qualidade e controlar a umidade, o silo-bolsa ainda ajuda na prevenção de pragas. Outro ponto relevante é a sustentabilidade, já que o material é reciclável e resistente à radiação solar.
O uso não se limita aos grãos. Fertilizantes, sementes e até ração animal também podem ser armazenados com eficiência no sistema.


O que esperar para os próximos anos
O recorde de 2025 deixa claro que o grande desafio do agronegócio brasileiro não está apenas em produzir mais, mas em escoar e conservar essa produção de forma eficiente. Investimentos em armazéns, estradas, ferrovias e portos são fundamentais para reduzir os gargalos, mas soluções rápidas como o silo-bolsa têm papel importante como medida emergencial.
Especialistas defendem que a combinação entre grandes obras de infraestrutura e tecnologias práticas no campo será determinante para garantir a competitividade do Brasil nos próximos anos.
Fonte: cenariomt