O Wolf Alice está de volta. Três anos após o aclamado “Blue Weekend” (2021), a banda inglesa lança “The Clearing”, quarto álbum de estúdio da carreira. O disco traz um mergulho em novas sonoridades e reflexões sobre maturidade, autenticidade e liberdade criativa. Em entrevista, os integrantes Joff Oddie (baixo) e Joel Amey (bateria) falaram sobre os bastidores do registro, a escolha dos singles, a pressão do sucesso e a expectativa de finalmente tocar no Brasil. Com Talita Alencar.
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O significado de The Clearing
O título do novo álbum remete a um espaço de clareza e respiro. Segundo os músicos, o período pós-Blue Weekend foi marcado por autodescoberta e experimentação.
“Cada um de nós teve momentos de clareza, mas também de dúvidas. Estar na casa dos 20 anos, viajando o mundo e tocando o tempo todo foi algo muito único. Quando a Ellie começou a enviar as letras, eu me via nelas. Isso trouxe uma sensação de paz e de saber melhor quem eu sou”, contou Joff.
Escolha dos singles: ousadia e diversidade
Antes do lançamento completo, o Wolf Alice apresentou três faixas que anteciparam o espírito de “The Clearing”: “Bloom Baby Bloom”, “The Sofa” e “White Horses”.
“O primeiro single foi um manifesto, depois de tanto tempo longe. A voz da Ellie nessa faixa não tem paralelo no momento. Já ‘The Sofa’ foi uma aposta mais arriscada, porque não é o típico single de rádio. Mas amamos a canção e ela mostrou bem a direção do álbum. E ‘White Horses’ foi lançada quase de surpresa, trazendo energia antes do disco completo”, explicou Joel.
Joel Amey nos vocais principais
O baterista Joel Amey também teve destaque especial no novo trabalho ao dividir os vocais principais com Ellie. Apesar de já ter cantado em “Swallowtail”, do álbum de estreia, foi em “The Clearing” que ele realmente assumiu uma posição mais central.
“Foi uma experiência incrível. A Ellie sempre foi uma inspiração, como compositora e vocalista, mas no estúdio ela é generosa e colaborativa. Cantar com ela foi natural e fez parte da diversão de gravar. Esse disco reflete a colaboração entre todos nós”, contou Joel.
Maturidade e reinvenção após o sucesso de Blue Weekend
Após a aclamação crítica de “Blue Weekend”, a banda reconhece que sentiu a necessidade de se reinventar sem ceder à pressão dos charts ou das tendências das redes sociais.
“Nosso foco sempre foi a canção. Claro que existe a pressão, mas ela vem mais de nós mesmos do que do mercado. Não se trata de seguir o TikTok ou qualquer outra plataforma, mas de crescer e evoluir entre nós. Se conseguimos isso, já sentimos que atingimos nosso objetivo”, afirmou Joel.
“As coisas mudam rápido. Talvez quando eu finalmente entender o TikTok, já tenha outra rede nova. Mas não queremos ser uma marca, queremos ser artistas. Nosso foco é compor.”
O desejo de tocar no Brasil
Apesar da carreira consolidada, com mais de dez anos de estrada e prêmios como o Mercury Prize, o Wolf Alice nunca se apresentou no Brasil. O grupo chegou a ser cogitado para o Lollapalooza 2020, mas a pandemia impediu a vinda.
“É uma vergonha nunca termos tocado aí. Se surgir uma proposta, vamos amanhã! Manifestamos muito esse desejo, e esperamos que aconteça logo”, disse Joel, arrancando risadas do grupo.
Fonte: portalpopline
