Os produtores de soja devem redobrar a atenção diante de um veranico, fenômeno climático caracterizado por períodos anormais de calor e estiagem durante estações tipicamente frias, como o outono e o inverno. Segundo o meteorologista do Dia de Ajudar, Arthur Müller, o veranico se caracteriza pela ausência de chuvas e temperaturas elevadas durante quatro a cinco dias consecutivos, podendo se estender por ainda mais tempo.
”O veranico provoca anomalias de temperatura máxima entre 3°C e 5°C acima da média e, ao contrário de uma onda de calor, que geralmente vem acompanhada de chuvas, o fenômeno se caracteriza pela ausência de precipitação. Sem a umidade necessária, os impactos sobre as plantas e o solo são bastante visíveis, o que afeta as lavouras, comenta Arthur Müller.
Impactos nas lavouras
Nas lavouras de soja, o veranico, também conhecido como ‘verão fora de época’, representa um risco ao desenvolvimento dos trabalhos, especialmente durante as fases críticas de floração e enchimento dos grãos, quando as plantas mais necessitam de umidade no solo. ”A falta de água nesse período reduz o tamanho e o peso dos grãos, comprometendo diretamente a produtividade por hectare”, explica Arthur Müller.
Além da queda na produtividade, o episódio favorece o aparecimento de pragas, como ácaros, e diminui a umidade relativa do ar para níveis abaixo de 30%, o que eleva o risco de incêndios em áreas rurais.
O que os produtores podem fazer durante o veranico?
Para reduzir os impactos do veranico sobre a produção agrícola, há a recomendação de uma série de boas práticas de manejo e planejamento, como:
Clima ideal e riscos prolongados
A soja se desenvolve de maneira ideal em temperaturas entre 20°C e 30°C. Qualquer variação prolongada fora dessa faixa pode prejudicar o crescimento das plantas e comprometer o rendimento da safra.
Segundo o meteorologista, se o veranico persistir por 30 a 60 dias, já pode ser classificado como seca. E se ultrapassar os 90 a 120 dias, configura-se uma estiagem, o que exige maior atenção por parte dos produtores.
Em meio a fenômenos climáticos como ondas de calor, veranicos, secas e estiagens, a recomendação é clara: o monitoramento constante das condições climáticas, combinado à adoção de práticas agrícolas sustentáveis, é essencial para que os sojicultores minimizem os impactos dessas variações e garantam a saúde de suas lavouras.
Fonte: canalrural