Tirar o visto americano está mais complicado e caro devido às novas políticas fiscais e migratórias implementadas pelo presidente Donald Trump. Gradualmente, estão entrando em vigor regras relacionadas à obrigatoriedade de entrevistas presenciais, contas nas redes sociais e cobrança de novas taxas. Confira a seguir:
Entrevistas presenciais
Desde 2 de setembro, está valendo uma nova regra de obrigatoriedade das entrevistas presenciais. Antes isentos da obrigação, os menores de 14 anos e os maiores de 79 anos que desejam solicitar um visto agora precisam comparecer na entrevista presencial nos consulados e CAVs. A mudança tinha sido anunciada em julho e vale para todos os países.
Nesse sentido, também há mudanças em relação à renovação do documento. Para a maior parte dos vistos, será necessário passar pela entrevista presencial para fazer a renovação.
As exceções são os vistos oficiais, diplomáticos, militares e também os vistos B1/B2, usados para turismo e negócios de curta duração, que também são os mais comuns. No caso dos vistos B1/B2, a pessoa pode ser dispensada da entrevista presencial caso cumpra os seguintes requisitos:
- Ter o visto válido ou vencido há menos de 12 meses;
- Ter ao menos 18 anos no momento da expedição do visto anterior;
- Fazer a solicitação no país natal ou onde vive;
- Nunca ter tido um visto negado ou que a recusa já tenha sido superada ou dispensada;
- Não ter inelegibilidade aparente ou potencial (os critérios exatos não são divulgados pelo governo americano)
Vale ressaltar que, mesmo cumprindo todos esses requisitos, o consulado ainda pode exigir uma entrevista presencial. A possível isenção será informada depois que o solicitante pagar a taxa, enviar o formulário D-160 e responder a um questionário.
Estudantes e intercambistas devem ter as redes sociais abertas
Em junho, o governo dos Estados Unidos anunciou que as pessoas que solicitam vistos de estudante devem desbloquear suas contas em redes sociais para análise dos agentes imigratórios. Os candidatos que se recusarem a definir suas contas em redes sociais como “públicas” podem ser rejeitados. Segundo o governo, a recusa seria entendida como uma tentativa de ocultar atividades online.
A medida foi reiterada pela Embaixada dos Estados Unidos no Brasil em 24 de agosto. Em um comunicado divulgado na rede social X, o órgão afirma que solicitantes dos vistos F (estudantes), M (candidatos a estudos técnicos ou vocacionais) e J (programas de intercâmbio) devem deixar suas redes sociais abertas.
Novas taxas
Uma nova taxa de US$ 250 foi aprovada pelo Congresso dos Estados Unidos e sancionada pelo presidente Donald Trump dentro do pacote orçamentário apelidado de One Big Beautiful Bill. Chamada de Visa Integrity Fee, a tarifa será cobrada no momento da emissão do documento, sobre diversas categorias de visto não imigrante, incluindo B1/B2 (turismo e negócios de curta duração), F (estudantes), J (programas de intercâmbio), H (trabalhos temporários), P (atletas e artistas), I (jornalistas) e J1 (au pairs).
O valor será somado aos US$ 185 já cobrados atualmente na fase de solicitação do visto, além dos US$ 24 referentes ao formulário I-94, que registra a entrada no país. Na prática, o custo total do processo passará de US$ 450, ou mais de R$ 2.500 na cotação atual – um aumento de mais de 130%.
Ainda não há data exata para o início da cobrança, mas há rumores de que a nova taxa entre em vigor a partir de 1º de outubro, início do ano fiscal de 2026 nos Estados Unidos.
A legislação prevê reembolso da taxa para viajantes que tiverem respeitado todas as condições do visto, sem exercer trabalho não autorizado ou tentado prorrogar a estadia, mas até agora não está claro como essa restituição será feita e em qual prazo.
Fonte: viagemeturismo