O relatório que compreende o período de janeiro a junho de 2025, em comparação com o mesmo período do ano anterior, revela que o Estado enfrenta uma crise que parece longe de ser contornada de violência contra as mulheres.
Somente neste primeiro semestre, Mato Grosso já contabilizou 27 feminicídios, um aumento de 42% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram registradas 19 ocorrências. Em 2024, foram 47 feminicídios ao longo do ano, um crescimento de 19% em relação a 2023, além de o Estado deixar 92 órfãos.
Em Mato Grosso, as estatísticas apontam dados gravíssimos envolvendo outras ocorrências relacionadas à violência contra a mulher. Entre elas, destacam-se os 4.603 registros de lesão corporal no primeiro semestre de 2025, um aumento de 2% em relação ao mesmo período de 2024. Somado está o crescimento de 155% de tentativas de feminicídio no mesmo período.
Além desses dados, as ações de perseguição aumentaram 27%, enquanto ameaças, danos emocionais e outras formas de violência somaram um aumento de 58% nesses primeiros seis meses do ano.
Na últimas semanas, o governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União), bem como o secretário de Segurança Pública, coronel César Roveri, deram entrevistas em relação aos dados alarmantes. Em seus discursos, os representantes transferiram à sociedade a responsabilidade e colocaram questões sociais como o cerne do problema.
Entre os argumentos citados, foram que a maioria dos feminicídios ocorre dentro de casa e que “não tem como colocar um policial dentro do lar“.
Apesar dos discursos oficiais, a persistência dessas ocorrências expõe a fragilidade das políticas públicas de enfrentamento ao problema, além de refletir uma resposta estatal que ainda não consegue frear essa escalada de violência.
Clique aqui e veja a tabela de ocorrências que tem como vítimas mulheres de todas as idades, registradas somente no 1º semestre do ano.
Fonte: leiagora