Vingadores: Guerra Infinita destrona Titanic – O filme de maior bilheteria do ano supera expectativas?

As discussões sobre a produção de filmes animados normalmente se inicia com estúdios como Disney, Pixar e DreamWorks. Embora não se origine de uma produtora independente, oferece uma alternativa a estas empresas – e tem seu legado de inovações pelas mãos da Sony Pictures Animation, com entradas como , e o vindouro .

Ainda assim, com exceção do hit coreano, a conversa ainda vem majoritariamente de um lugar específico: os Estados Unidos. É por isso que o frisson envolta de um filme chinês é algo tão interessante, especialmente quando este projeto se torna, sem esforços, uma das produções de maior sucesso financeiro dos últimos tempos.

A maior animação de todos os tempos está chegando ao Brasil, mas há um porém: é preciso assistir ao primeiro filme para ver Ne Zha 2?

Prestes a chegar ao Brasil, já superou quatro das maiores bilheterias da história do cinema. O sucesso comercial ficou atrás somente de, respectivamente, , , e . Em 5º lugar entre os maiores alcances comerciais, com 2,21 bilhões de dólares arrecadados até o momento, o projeto já destronou , , e .

O alcance ainda pode e deve aumentar, já que a distribuição do filme ainda não atingiu o nível global – o lançamento está chegando, gradualmente, no restante do mundo, incluindo o Brasil. Este fenômeno também nos lembra sobre como é importante dar atenção a narrativas plurais, de diferentes regiões, pois o mercado internacional (além de Hollywood), latino-americano e nacional é recheado de diferentes tipos de narrativas, olhares culturais e abordagens sobre a vida, o mundo, o passado e o futuro.

Com a chegada iminente da animação em solo brasileiro, respondemos a pergunta: por que Ne Zha 2 se tornou a maior animação de todos os tempos? É tudo isso mesmo?

Ne Zha 2, o filme de maior bilheteria de 2025, é tudo isso mesmo?

Em Ne Zha 2, acompanhamos os espíritos de Ne Zha e Ao Bing após a batalha final, quando seus corpos são destruídos. Reerguidos pela flor de lótus sete‑colorida, precisam unir forças para enfrentar dragões marinhos que ameaçam a Passagem de Chen Tang. Ao longo dessa jornada, descobrem sacrifício, amizade e seu verdadeiro destino como heróis da humanidade, com visuais grandiosos e cenas de ação emocionantes.

O pontapé inicial na trama é guiado por uma grande explicação dos conceitos que deverão ser explorados nas quase 2 horas e meia de filme, um exercício expositivo que vai e vem. Em poucos minutos, entendemos quem são os protagonistas e como eles se encontram após os acontecimentos da trama anterior.

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Com direito a um misto de estilos animados, temos uma abertura épica que se quebra gradualmente no apelo da comédia. Isso já antecipa parte da estrutura do filme: o uso da dualidade contínua entre drama e humor são as principais veias narrativas desta história chinesa.

Essa escolha pelo híbrido deixa algumas lacunas quanto a qual é, realmente, o público-alvo. A classificação indicativa de 14 anos nos coloca em uma área cinzenta impulsionada pela própria história. Existem algumas piadas infantis, muita comédia física e momentos descontraídos típicos de histórias para crianças. Simultaneamente, no entanto, temos uma jornada de dor (às vezes bem literal) em que há mortes, traições e certas cargas de violência, que vão de socos à mutilação.

Ainda que essa orientação seja adequada, a confusão às vezes pode se dar pela falta de equilíbrio no roteiro, que é tão ousado quanto megalomaníaco. Ao longo da trama, alguns arcos paralelos são abertos sem grandes necessidades, com sequências que poderiam ser refinadas ou amenizadas, algo que poderia tornar a trama mais contundente e menos cansativa.

Ne Zha 2 é um épico cativante que peca por excessos

Ao mesmo tempo em que alguns destes momentos “menos importantes” são ótimas ferramentas para desenvolver os personagens, há uma sensação de que faltou apuração no ato da montagem. Pode ser um desafio para quem está acostumado à agilidade, comumente exagerada, por ação, acontecimentos e desencadeamentos, de Hollywood. Mas isso não quer dizer – nem de longe – que estes elementos estejam ausentes.

Enquanto há muita coisa para se aprender e ver, Ne Zha 2 entrega algumas das sequências animadas mais interessantes do ano: as batalhas são tomadas por coreografias inventivas, sequências que provocam grandiosidade e toda uma aura de épico cinematográfico. As criaturas da lava, os dragões e toda a ambientação do longa refletem grandiosa inspiração na cultura chinesa, além de demonstrar outras formas de construir personagens cativantes e amedrontadores – dos coadjuvantes aos vilões principais.

A localização brasileira é bem característica, já que dispõe de uma dublagem com trejeitos linguísticos do país. Isso aproxima o público de uma trama de origem tão distante, além de existirem referências a elementos da cultura pop, algo recorrente nas adaptações nacionais de diversas animações.

Sem medo de demonstrar o fardo das responsabilidades e o peso de ser diferente, a animação ousa ao apresentar as consequências de sacrifícios que podem ser muito custosos na vida de qualquer um. É também uma narrativa sobre companheirismo, equívocos, segundas chances e a importância da escuta.

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Mesmo pecando pelo excesso e, por isso, caindo num possível cansaço da audiência, Ne Zha 2 é uma divertida e emocionante jornada sobre assuntos relevantes para todos os públicos. Entrega entretenimento de qualidade, com lutas espetaculares, enquanto se esforça para trazer uma nova perspectiva para temas já conhecidos.

Ne Zha 2: O Renascer da Alma chega aos cinemas em 25 de setembro pela A2 Filmes.