O vice-secretário de Estado norte-americano, Christopher Landau, usou as redes sociais para se manifestar sobre de prisão domiciliar do ex-presidente do Brasil Jair Bolsonaro, expedida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta segunda-feira, 5. O político afirmou que o caso arrasta a Corte e o país para uma “ditadura judicial”.
“Um dos desafios de ser um funcionário público é que suas ações estão sujeitas a críticas”, começou a argumentar. “Isso faz parte do contexto e você tem de esperar por isso. Aparentemente, ninguém contou isso ao ministro Moraes, do Supremo Tribunal Federal, que colocou o ex-presidente Bolsonaro em prisão domiciliar e o privou do acesso a um celular.”
One of the challenges of being a public official is that your actions are subject to criticism. It comes with the turf and you have to expect it. Apparently no one told this to Justice Moraes of Brazil’s Supreme Court, who today placed former President Bolsonaro under house… pic.twitter.com/2e3G5tC5xh
— Christopher Landau (@DeputySecState) August 5, 2025
Na sequência, o vice-secretário de Estado dos EUA diz que o suposto crime de Bolsonaro seria, “aparentemente, criticar o ministro, o que ele agora convenientemente caracteriza como uma obstrução da Justiça”. “Os impulsos orwellianos desenfreados do ministro estão arrastando sua Corte e seu país para o território desconhecido de uma ditadura judicial”, concluiu Landau.

Nesta segunda-feira, 4, o ministro Alexandre de Moraes determinou a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, em virtude do que ele entendeu ser descumprimentos de medidas cautelares preestabelecidas pela Corte.
“A participação dissimulada de Bolsonaro, preparando material pré-fabricado para divulgação nas manifestações e redes sociais, demonstrou claramente que manteve a conduta ilícita de tentar coagir o STF e obstruir a Justiça, em flagrante desrespeito às medidas cautelares anteriormente impostas”, argumentou o juiz, em alusão aos atos “Reage, Brasil”, que ocorreram no último fim de semana em todo o Brasil. De acordo com Moraes, as medidas cautelares em vigor foram desrespeitadas, “mesmo com a imposição anterior de restrições menos severas”.
A decisão do magistrado inclui:
- Uso de tornozeleira eletrônica;
- Proibição de visitas, salvo por familiares próximos e advogados;
- Recolhimento de todos os celulares disponíveis no local.
Pouco depois, o Gabinete de Assuntos do Hemisfério Ocidental publicou uma em que condenou a ordem do ministro. O órgão do Departamento de Estado dos Estados Unidos é responsável pelas relações com países do continente americano.
Na postagem, o governo norte-americano afirma que Moraes é agora um “violador de direitos humanos sancionado pelos EUA”. Além disso, o acusa de utilizar as instituições brasileiras “para silenciar a oposição e ameaçar a democracia”.
O texto continua com uma crítica às novas restrições. “Impor ainda mais restrições à capacidade de Jair Bolsonaro de se defender publicamente não é um serviço público”, afirma. “Deixem Bolsonaro falar!”.
Ainda segundo o comunicado, “os EUA condenam a ordem de prisão domiciliar imposta por Moraes a Bolsonaro e responsabilizarão todos os que ajudarem e facilitarem essa conduta sancionada”.
Fonte: revistaoeste