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Vice-presidente denuncia transferência milionária de igreja para mansão de pastor: IBN defende ação como ”ato de honra”

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Carta aberta do pastor Wlademiro Neto, então vice-presidente da Igreja Batista Nacional do Cristo Rei (IBN-CR), expôs um conflito interno que vai além dos muros da fé: a construção de uma casa de luxo em Chapada dos Guimarães para o pastor Osvaldo Coutinho, ex-presidente da IBN-CR, com recursos da própria igreja. A residência contou com repasse de R$ 1,4 milhão dos cofres da instituição, supostamente sem autorização formal da diretoria, e a regularização do processo só se deu após denúncia. À reportagem, a instituição religiosa informou que alguns membros da diretoria deliberaram, em reunião, ofertar ao Pastor Osvaldo a parte cinza da construção da casa, como ato de honra e gratidão.
Parte significativa dos recursos administrados pela IBN tem origem em doações e ofertas de fiéis. Além disso, conforme fontes ouvidas pelo , o pastor Osvaldo Coutinho era o presidente da IBN-CR até a gestão 2022/2023, a qual teria iniciado os repasses financeiros, tendo sido sucedido pelo seu filho, Osvaldo Júnior, na gestão 2024/2025, a qual teria sido responsábel pela regularização das transferências após a denúncia.

No dia 8 de fevereiro de 2025, o vice-presidente Wlademiro Neto protocolou uma Carta Aberta ao Conselho Administrativo da IBN-CR denunciando o que chamou de “falhas graves na gestão financeira e nas deliberações da diretoria”. De acordo com ele, “a movimentação financeira foi realizada sem aprovação ou ciência da Diretoria e tampouco do Conselho Administrativo”.
 

Na carta, ele pede a exoneração imediata do atual presidente da IBN-CR, o pastor Osvaldo Coutinho Júnior, filho do pastor Osvaldo, do primeiro tesoureiro Jonilson Rosa e do primeiro secretário Ademar, além da contratação de uma auditoria externa.
O relatório interno citado pelo vice-presidente revelou que, entre 2023 e novembro de 2024, a igreja desembolsou R$ 1.470.269,72, sendo R$ 677 mil registrados como doação e outros valores classificados como pagamentos de serviços e adiantamentos. Segundo a carta, os repasses continuaram até janeiro de 2025, “sem que houvesse prestação de contas regular à diretoria”. 

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A construção em Chapada dos Guimarães chama atenção não apenas pelo valor, mas pelo alto padrão. Imagens obtidas pela reportagem mostram uma residência de luxo, com área de lazer ampla, piscina e acabamento refinado, sendo utilizada como portfólio pelos profissionais envolvidos na obra.
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Procurado pelo Olhar Direto, o pastor-presidente Osvaldo Júnior divulgou nota de esclarecimento pública defendendo a legalidade e a lisura de todos os atos.
A nota confirma a doação da “parte cinza” da casa, a estrutura principal, mas afirma que se tratou de “um ato de honra e gratidão” pelos mais de 40 anos de ministério do pastor Osvaldo, que estaria em processo de transição para o cargo de pastor auxiliar. “A decisão foi posteriormente apresentada, ratificada e homologada em assembleia, perante a diretoria e o Conselho Consultivo”, diz o documento.
A nota também reconhece que nem todos os membros da diretoria estavam presentes na reunião inicial, mas sustenta que a assembleia posterior validou os atos e que todos os valores foram lançados na contabilidade da igreja sob a rubrica de doação. Sobre o empréstimo, a igreja o classificou como adiantamento, um valor que teria sido devolvido em fevereiro do mesmo ano. “Não se trata de desvio de valores nem de qualquer ato ilícito”, conclui a nota.
Os dois documentos convergem nofatode que a doação existiu, porém a denúncia sustenta que a decisão foi executada antes de qualquer deliberação oficial, enquanto a defesa baseia-se em uma homologação posterior pela assembleia.

A Igreja Batista Nacional do Cristo Rei, por meio de seu pastor presidente, vem a público esclarecer informações referentes à doação realizada ao Pastor Osvaldo, que, após mais de 40 (quarenta) anos dedicados ao ministério pastoral, iniciou um processo de transição da presidência, passando a atuar como pastor auxiliar, com a designação de novo líder para a continuidade do trabalho ministerial. Em reconhecimento aos longos anos de dedicação e serviço prestados à obra, alguns membros da diretoria deliberaram, em reunião, ofertar ao Pastor Osvaldo a parte cinza da construção da casa, como ato de honra e gratidão. Esclarece-se que, embora nem todos os membros da diretoria estivessem presentes na reunião — em razão de viagens e compromissos profissionais —, a decisão foi posteriormente apresentada, ratificada e homologada em assembleia, perante a diretoria e o Conselho Consultivo que representa a igreja, conforme registrado em ata. Ressaltamos que todos os valores referentes à doação foram devidamente lançados na contabilidade da igreja, sob a rubrica de doação, e que o Pastor Osvaldo arcará com os tributos incidentes sobre o referido bem, inexistindo qualquer omissão contábil ou irregularidade, além do valor doado, havia uma quantia que havia sido adiantado para que o pastor devolvesse em fevereiro quando baixaria sua aplicação, fato este também registrado em ata e devidamente aprovado pela assembleia representativa, valor já restituído a igreja. Destacamos, ainda, que o assunto foi amplamente esclarecido perante o Conselho e, posteriormente, comunicado publicamente à igreja, após a assembleia e homologação da respectiva ata. Dessa forma, não se trata de desvio de valores nem de qualquer ato ilícito, mas sim de um ato legítimo, transparente e aprovado pelos órgãos deliberativos competentes, em conformidade com as normas estatutárias e princípios éticos que regem esta instituição. Ademais as contas da igreja além da fiscalização do conselho fiscal estão devidamente aprovadas pelo conselho administrativo. Temos ainda que o mentor da carta aberta em 08/02/2025, ao sair faz uma carta de desligamento elogiando com as seguintes palavras “dedicadas, talentosas e integras”, em 11/02/2025, ou seja, um pouco contraditório, tendo ficado esclarecido na assembleia que não houve ilegalidade nos atos. A Igreja reafirma seu compromisso com a verdade, a lisura administrativa e a boa-fé, permanecendo à disposição para quaisquer esclarecimentos adicionais. Várzea Grande – MT, 17 de outubro de 2025
Confira o documento com a nota assinada

 

 

Fonte: Olhar Direto

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