Cenário Político

Vereadora desmistifica ligação entre depressão e feminicídio: Mito de que afeta mais mulheres que homens

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A mobilização da filha da empresária Gleici Keli Geraldo de Souza, de 42 anos, em busca de justiça pela mãe que foi morta a facadas pelo marido em junho deste ano, em Lucas do Rio Verde (333 km de Cuiabá), reacendeu o debate sobre a alegação de depressão pelo autor do feminicídio. A vereadora e primeira-dama de Cuiabá, Samantha Iris (PL), criticou o que considera um uso recorrente e distorcido de transtornos mentais como justificativa em crimes violentos.

“Eu acho que, se depressão fosse motivo para sair matando, teria muito mais homens mortos por mulheres do que mulheres mortas por homens. Porque as mulheres são muito mais propensas à depressão e outras situações, mesmo assim não vemos esse cenário. Então, eu acho que é uma desculpa esfarrapada”, afirmou a vereadora nessa terça-feira (18).

De fato, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), as mulheres são duas vezes mais propensas a desenvolver depressão do que os homens, seja por razões biológicas ou socioeconômicas. Ainda assim, quando se observa o cenário da segurança pública no país, elas continuam entre os principais alvos de violência.

Após dois anos consecutivos ocupando o topo do ranking de feminicídios no Brasil, Mato Grosso caminha para se manter na mesma posição também em 2025. Nos primeiros seis meses do ano, o aumento foi de 31,57% em relação ao mesmo período de 2024.

Samantha defendeu maior rigor dos órgãos competentes na análise de alegações de inimputabilidade e alertou para o risco de que transtornos reais sejam instrumentalizados como estratégia jurídica.

“O que a gente tem visto é que, para tantas situações, esses homens demonstram plena sanidade, mas, para lidar com a esposa, alegam que não têm. É algo que precisa ser observado com muita seriedade”, declarou.

Embora a 2ª Vara Criminal de Lucas do Rio Verde tenha determinado a instauração de incidente de insanidade mental do réu, com base em um suposto quadro severo de depressão relatado pela defesa, a filha de Gleici contestou a medida.

Ela criou no Instagram a página “Justiça por Gleici”, e relatou que o relacionamento da mãe com o acusado era marcado por abuso e constrangimentos. Ela defende que o crime não pode ser tratado como consequência de um transtorno mental, mas como resultado de um histórico de violência.

Fonte: leiagora

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