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Política

Vereador denuncia nudez em performances pagas pela Prefeitura de Curitiba

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O vereador João Bettega (União), de Curitiba, denunciou na última sexta-feira, 31, o uso de recursos públicos para financiar as apresentações do artista Princesa Ricardo Marinelli, intérprete autodenominado “terrorista de gênero”.

Marinelli chocou a população curitibana em setembro, quando percorreu uma das principais ruas da cidade vestindo apenas uma calcinha de couro. De acordo com Bettega, nem mesmo o horário de saída escolar foi poupado da apresentação.

A performance fazia parte dos esforços para a divulgação da Bienal Internacional do Cabaret, evento promovido pela produtora cultural Selvática Ações Artísticas Ltda, empresa que recebeu R$ 158 mil da Prefeitura de Curitiba em 2024.

O espetáculo reuniu artistas da América Latina para performar o cabaret, forma de arte que combina elementos de teatro, música, dança, comédia e, muitas vezes, crítica social ou política, como sexualidade, moralidade e desigualdade social.

Segundo sua autodescrição, a Selvática “acredita no cabaré como prática indisciplinar, prática expandida de arte e política, hibridismo não só nas fronteiras entre as linguagens artísticas, mas também entre diferentes contextos, campos do conhecimento e modos de vida”.

A Bienal Internacional do Cabaret não foi o único evento da empresa apoiado pela prefeitura curitibana. De acordo com o portal da transparência de Curitiba, a Selvática já angariou R$ 288 mil dos cofres públicos desde 2013, além de participar de editais privados, como o .

O maior contrato ocorreu em junho de 2019, por ocasião do espetáculo para adultos Yo Vi el Fin del Mundo y Me Gustó, também com a participação de Marinelli. A peça contava com cenas de nudez frontal masculina e feminina, em que os artistas se pintavam com tinta laranja. :

Ricardo Marinelli, por sua vez, obteve R$ 111 mil por meio de editais de incentivo da prefeitura desde 2008. O mais recente, datado de dezembro, angariou R$ 45 mil para a produção da peça Lembrar Futuros de um Corpo Estranho, integrante do projeto “Sim, Somos Bizarras!”, que discute gênero e sexualidade desde 2011.

A equipe de entrou em contato com Princesa Ricardo Marinelli e com Gabriel Machado, sócio da Selvática, para esclarecimentos e direito ao contraditório. No entanto, não obtivemos resposta até a publicação desta reportagem. O espaço está aberto para atualizações.

Diante da repercussão do caso, o vereador Bettega classificou a performance como “inadequada para o espaço público” e criticou o financiamento da iniciativa com dinheiro do contribuinte. “A população de Curitiba não pode aceitar que recursos públicos sejam utilizados para promover atos que desrespeitam a moralidade e os valores familiares”, disse.

Bettega apresentou um projeto de lei que proíbe a nudez em apresentações artísticas patrocinadas pelo poder público da cidade, especialmente aqueles financiados pelo Programa de Apoio, Fomento e Incentivo à Cultura de Curitiba ().

O Projeto de Lei Complementar 002.00004/2025 veda “manifestações de nudez ou apresentações de cunho sexual, seja de forma explícita ou implícita”, com os recursos do PAFICC. Caso um projeto contemplado se valha desse expediente, o proponente terá seu apoio suspenso e será impedido de participar de qualquer edital municipal por quatro anos.

“A arte tem seu valor e deve ser respeitada, mas não podemos permitir que o espaço público seja utilizado para performances que afrontam o bom senso e a decência”, afirmou o vereador. “Nosso compromisso é com a proteção da população, especialmente das crianças e famílias que frequentam esses locais.”

Em consonância ao projeto de Bettega, o vice-prefeito de Curitiba, Paulo Eduardo Martins, garantiu que esse tipo de apresentação não terá vez nos editais de incentivo. “Na nossa gestão, a prefeitura não vai financiar esse tipo de ‘arte’”, prometeu. “Isso acabou!”

Fonte: revistaoeste

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