Christinny dos Santos
Única News
Várzea Grande está há 10 anos consecutivos entre as dez piores cidades no ranking de saneamento do Instituto Trata Brasil. E neste ano, foi o município do país que menos investiu no tratamento de água e esgoto. O valor monetário por pessoa foi de apenas R$ 25,91.
Os dados ranqueados pelo Instituto foram obtidos através do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS). Para montar o ranking, o Trata Brasil levou em consideração o atendimento de água, a coleta e tratamento de esgotos, o investimento por habitante, e o índice de perdas na distribuição e por ligação dos 100 maiores municípios brasileiros.
Com relação ao atendimento de água, Várzea Grande te um indicador de apenas 88,28% está abaixo não só do estabelecido como “satisfatório” pelo Novo Marco Legal do Saneamento Básico e com a Norma Brasileira n.º 9.649, que deve ser superior a 99%, como da média geral de todos os municípios ranqueado, que é de 93,05%.
Este é um dos indicadores mais visíveis para a população de Várzea Grande, que sofre já há vários anos com a falta de água recorrente no município. Em janeiro deste ano, a cidade sofreu com supostas sabotagens, que fizeram com que o abastecimento fosse interrompido em seis bairros de uma só vez.
Os problemas com o abastecimento foram tamanhos que, em fevereiro, a prefeita Flávia Moretti (PL) decretou calamidade pública na cidade, devido ao colapso no abastecimento de água potável, pois o sistema estava sucateado, com bombas ultrapassadas, redes antigas e infraestrutura precária, segundo a chefe do executivo, resultado de anos sem a manutenção adequada.
A questão se estende há tanto tempo que a derrota do ex-prefeito do município nas eleições de 2024 chegou a ser atribuída por figuras políticas ao problema não resolvido do abastecimento de água na cidade.
Este, porém, não é o único ponto que faz com que a cidade esteja entre as piores no ranking de saneamento. O índice de atendimento de esgoto também deixam a desejar, com apenas 29,07%. O percentual de tratamento, medido em relação à água consumida, é ainda pior. Apenas 26,20% do esgoto é tratado no município.
O município também se destaca negativamente, sendo aquele que menos investiu em saneamento nos últimos cincos anos. O Indicador de Investimentos Totais por Habitante (IITH), que considera tanto o poder público quanto o prestado, que neste caso é o Departamento de Água e Esgoto (DAE), aponta que foram investidos apenas R$ 25,91 por habitante. A média é de R$ 137,43.
O ranking traz também o valor investido pelos prestadores. O DAE foi o quarto que menos investiu, tendo aplicado apenas R$ 3,57 por habitante em saneamento nos últimos cinco anos. Vale destacar que os prestadores dos municípios a sua frente na colocação investiram R$ 1,41 (Rio Branco–AC) e R$ 0,00 (Santarém e Ananindeua, ambos no Pará, que ficaram em 1º e 2º lugar). Os quatro foram os únicos a zerar ou investir menos de uma dezena de real.
Além disso, o indicador de perda de água por ligação aponta que Várzea Grande perdeu em 2024 607 litros/ligação/dia e cada ligação, o que representa uma perda de 41,73% na distribuição de água.
A análise de todos estes itens colocaram Várzea Grande como o 8º pior município no ranking de tratamento de água de 2024 e 10º pior no ranking da última década, ou seja, dos últimos 10 anos.
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Fonte: unicanews