Economia

Usina Hidrelétrica de Colíder: Cidades do Norte preveem prejuízo de R$ 6 milhões

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O rebaixamento de 17 metros no nível do reservatório da Usina Hidrelétrica de Colíder, iniciado pela Eletrobras no dia 14 de agosto, já altera o cenário econômico de municípios do Norte de Mato Grosso. A medida, que deve durar 33 dias, foi adotada após falhas identificadas em quatro dos 70 drenos da barragem. 

O prefeito de Colíder, Rodrigo Benassi (PRD), informa que usina continua em operação, mas o lago que abastece o reservatório sofre rápida retração. O gestor, em entrevista na última quarta-feira (20), estimou um prejuízo de cerca de R$ 6 milhões. 
Colíder, Itaúba, Nova Canaã do Norte e Cláudia concentram as atividades mais afetadas. Setores de turismo e pesca, que dependem do nível do rio para transporte e recreação, enfrentam prejuízos diretos. Pousadas, marinas e casas de aluguel perderam o acesso à água, que se afastou das margens. 
“[O prejuízo econômico é grande, só para você ter uma ideia, as empresas de turismo nesse período aí, 45 dias que elas iam poder operar o período de pesca, o prejuízo se estima em R$ 6 milhões”, explicou .
Benassi afirma que a situação compromete também a receita pública. “Se essa usina parar de gerar energia, os municípios impactados não receberão compensação hídrica. Isso vai reduzir a receita desses municípios”, lamenta. Segundo ele, a procuradoria municipal já estuda medidas judiciais para garantir compensações da Eletrobras pelo período em que o reservatório permanecer em nível reduzido.
No entanto, ele argumenta que deve haver uma compensação para todos os municípios. A redução do lago também compromete a pesca, tanto esportiva quanto de subsistência. Moradores de Itaúba relataram mortes de peixes e dificuldades de navegação. O rio Teles Pires, que antes se espalhava em alagados formados pelo reservatório, retorna ao leito original, encurtando áreas de pesca e limitando o acesso das embarcações.
O impacto da redução do reservatório da UHE colíder já atinge também o calendário de eventos regionais. Em Paranaíta, a 207 quilômetros de Colíder, o tradicional Fest Praia 2025 foi cancelado. A decisão, anunciada pelo prefeito Osmar Mandacarú, ocorreu após a constatação de que a área prevista para o evento perdeu com a redução do nível da água. O cancelamento representa prejuízo para o turismo local, comerciantes e prestadores de serviços que aguardavam a movimentação do público no fim de agosto.
O Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), por meio das Promotorias de Justiça de Colíder, Nova Canaã do Norte, Cláudia e Itaúba, instaurou inquérito civil para apurar possíveis riscos e impactos ambientais relacionados à Usina Hidrelétrica de Colíder, localizada no rio Teles Pires. 
O procedimento tem como investigadas a Centrais Elétricas Brasileiras S/A – Eletrobras, proprietária da usina, e a Companhia Paranaense de Energia – Copel, responsável pela operação. O objetivo é apurar os danos ambientais decorrentes da condição estrutural da barragem e da redução do nível do reservatório, os riscos à segurança da população e os motivos que levaram à deterioração do sistema de drenos. 

 

 

Fonte: Olhar Direto

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