Saúde

Ursa-polar adota filhote em caso raro: saiba como acompanhar a migração da família

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  • Uma fêmea de urso-polar identificada como X33991 surpreendeu pesquisadores no oeste da baía de Hudson, no Canadá, ao aparecer com dois filhotes.

    O detalhe chamou a atenção porque meses antes ela tinha apenas um. A adoção entre ursos é rara – nos mais de 45 anos que os cientistas estudam os milhares de ursos-polares da baía de Hudson, essa é a 13ª adoção conhecida.

    Em março, um dos filhotes de X33991 já havia sido identificado com uma tag na orelha quando saía de uma toca. Agora, ela passeia pela região da baía de Hudson onde centenas de ursos se reúnem no outono enquanto aguardam a formação do gelo marinho – acompanhada do primeiro filhote, já identificado, e de um outro, que não tem tag. 

    Ambos têm entre dez e 11 meses, e a mãe tem cinco anos. Normalmente, filhotes ficam com a mãe por dois a três anos, até aprenderem a caçar sozinhos no gelo. Na natureza, metade dos filhotes de ursos morrem antes de completarem um ano. 

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    “Mas sabemos que, se um filhote não tem mãe, ele quase não tem chance. Portanto, o fato de esse filhote ter sido adotado e ter a chance de aprender lições sobre como ser um urso e ser cuidado por alguns anos realmente lhe dá uma chance de chegar à idade adulta”, diz Alysa McCall, diretora de divulgação de conservação e cientista da Polar Bears International, em um vídeo no Instagram.

    Ainda não se sabe o que aconteceu com a mãe do filhote adotado. Amostras genéticas coletadas podem ajudar a esclarecer o mistério: o DNA do filhote pode coincidir com o de alguma fêmea já conhecida pelos pesquisadores, permitindo saber se ela ainda está viva. Há também a possibilidade de que o filhote não seja órfão, mas tenha ocorrido uma troca de crias, algo já observado em ursos-polares.

    “Deve haver algum tipo de confusão, mas achamos que isso acontece porque elas são extremamente maternais”, afirmou Evan Richardson, cientista do departamento de meio ambiente e mudanças climáticas do Canadá, em um vídeo divulgado ao The Smithsonian Magazine. “Elas não conseguem deixar um filhote chorando na tundra, então pegam e levam junto.”

    Como acompanhar a migração da família de ursos

    Como X33991 usa uma coleira com GPS, o público pode acompanhar seus deslocamentos. A Polar Bears International disponibiliza mapas interativos com dados de rastreamento que mostram, de forma aproximada, por onde os ursos estão caminhando sobre o gelo marinho. 

     

    Basta acessar o site da organização e, do lado esquerdo da tela, filtrar os resultados e selecionar a X33991, que aparece no fim da lista. Então, o trajeto da mamãe ursa irá ser exibido em linhas sobre o mapa da baía de Hudson. É uma maneira curiosa e educativa de ver como esses animais se movimentam enquanto esperam o gelo se formar.

    Os ursos-polares dependem do gelo marinho para caçar focas, sua principal fonte de alimento. Com o aquecimento global, esse gelo está se formando cada vez mais tarde e derretendo mais cedo. O Ártico aquece cerca de quatro vezes mais rápido que o resto do planeta, e hoje estima-se que existam cerca de 26 mil ursos-polares na natureza, distribuídos por regiões como Canadá, Alasca, Rússia, Groenlândia e Noruega.

    Nesse contexto, casos como o de X33991 chamam atenção não só pela raridade, mas pelo que simbolizam. “Os ursos precisam de toda ajuda possível nesses tempos de mudanças climáticas”, disse Richardson. Se uma fêmea consegue criar um filhote a mais, e fazê-lo sobreviver, isso pode fazer diferença para o futuro da espécie.

    Fonte: abril

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