Sophia @princesinhamt
Política

União Progressista: crescimento e desafios em Mato Grosso

2025 word3
Grupo do Whatsapp Cuiabá
A União Progressista nasce grande. Com cerca de 20% dos parlamentares no Congresso Nacional, a federação formada por União Brasil e Progressistas (PP) se impõe como uma superpotência política. Mas o que parece um império inabalável esconde fissuras e em Mato Grosso, essas rachaduras já dão sinais de vida.

A federação desembarca no estado com o peso de cinco deputados estaduais na Assembleia Legislativa: Eduardo Botelho (União), Dilmar Dal Bosco (União), Júlio Campos (União), Sebastião Rezende (União) e Paulo Araújo (PP). Sob o comando do governador Mauro Mendes (União), o grupo parece coeso no papel. Na prática, o cenário é mais complexo.

Dilmar Dal Bosco, veterano do grupo, ensaia uma saída em direção ao Partido Renovação Democrática (PRD). Paulo Araújo, que chegou como entusiasta da federação, já circula entre rumores de que também planeja trocar de sigla. Em um movimento inverso, a senadora Margareth Buzetti flerta com o retorno ao PP, sua velha casa política.

O senador Jayme Campos (União) quer disputar o governo em 2026, mas enfrenta o impasse de ter como adversário o vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos), que tem o apoio do governador Mauro Mendes. No entanto, caso encontre resistência, o parlamentar não descarta deixar a legenda, da qual é filiado desde os tempos antigos da Arena, ainda no período da ditadura militar. 

Mas o embate não se limita a Mato Grosso. Na Paraíba, a União Progressista já vê o líder do União no Senado, Efraim Filho, e o vice-governador Lucas Ribeiro (PP) como potenciais rivais em uma disputa estadual. No Acre e no Paraná os conflitos internos seguem o mesmo roteiro. E a tensão nacional atinge a pré-candidatura de Tereza Cristina (PP), ex-ministra da Agricultura, e Ronaldo Caiado (União), governador de Goiás, à Presidência da República. O que seria uma demonstração de força se transforma em um embaraço: só há espaço para um candidato.

O que está em jogo não é apenas o controle da máquina pública, mas o futuro do próprio modelo de federação. A lógica é simples: com o fim do financiamento empresarial, as federações oferecem musculatura política e financeira, mas cobram um preço em fidelidade e convivência interna.

E quando o assunto é dinheiro, a União Progressista tem muito. Com quase R$ 1 bilhão em fundo eleitoral, R$ 536,5 milhões do União Brasil e R$ 417,2 milhões do PP, segundo dados de 2024 do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a federação nasce com o bolso cheio. Mas dinheiro não compra harmonia.

A matemática impressiona: são 109 deputados, 14 senadores, seis governadores, 1.400 prefeitos e cerca de 12 mil vereadores em todo o país. Na teoria, uma força colossal. Na prática, uma equação com variáveis que desafiam até os mais experientes articuladores.

Mato Grosso é o espelho desse cenário: uma federação que promete, mas que já enfrenta seu primeiro teste de unidade antes mesmo de decolar. E se em Brasília os números impressionam, no estado a política segue sendo um jogo de sobrevivência.

Parlamentares como Eduardo Botelho (União) cobra uma movimentação do partido para começar a discutir a chapa de estadual, mas até o momento, o partido resiste em se reunir e debater o assunto, deixando alguns preocupados com o futuro. 

Futuro esse que deve ter um cenário mais claro depois de março de 2026, quando encerrar a janela partidária. Só então, a Federação União Progressita terá noção do seu real tamanho, tanto em nível nacional, quanto estadual. 

Fonte: leiagora

Sobre o autor

Avatar de Redação

Redação

Estamos empenhados em estabelecer uma comunidade ativa e solidária que possa impulsionar mudanças positivas na sociedade.