Economia

União garante empréstimo bilionário aos Correios: decisão independe do Congresso

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O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve editar um decreto para aprovar a garantia da União a um empréstimo de R$ 20 bilhões aos Correios sem passar pelo Congresso. A medida pretende evitar que técnicos sejam responsabilizados caso a estatal dê um calote nos bancos que autorizaram a operação na última semana. Os Correios já registram um prejuízo recorde de R$ 6 bilhões apenas neste ano.

Com essa manobra realizada diretamente entre o governo e a estatal, o aval aos bancos ficará a cargo da União sem necessidade de tramitação legislativa, por ser um ato do Poder Executivo. A operação será patrocinada pelo Tesouro Nacional, que honrará os pagamentos em caso de inadimplência.

O empréstimo foi aprovado na última sexta (28) pelo conselho de administração dos Correios com um consórcio formado pelos bancos Banco do Brasil, Citibank, BTG Pactual, ABC Brasil e Safra. A proposta contemplou integralmente o montante pedido pela estatal. A Caixa Econômica Federal não participará do arranjo.

Sem contragarantias suficientes, os Correios dependem da garantia estatal para viabilizar os recursos. Parte será usada para saldar uma dívida de R$ 1,8 bilhão contraída este ano com bancos privados, que já compromete grande parte dos recebíveis da empresa.

Apesar da fragilidade financeira atual, o governo aposta num plano de reestruturação com cortes e ganhos de receita. A intenção é avaliar a concessão da garantia com base no potencial futuro de recuperação da empresa — não apenas na fotografia contábil atual.

O plano de reestruturação dos Correios está baseado em três eixos: recuperação financeira, consolidação do modelo de negócios e crescimento estratégico. Com a execução dessas medidas, os Correios projetam reduzir o déficit em 2026 e voltar ao lucro em 2027.

Segundo o plano, a reestruturação é essencial para garantir que a empresa continue operando em todo o país de forma sustentável. No entanto, a questão da universalização do serviço em todas as cidades deve ser discutida e alterada, de acordo com fontes a par das negociações.

Os Correios informaram ainda que estão finalizando a documentação necessária para envio à Secretaria do Tesouro Nacional (STN), responsável por analisar e aprovar a operação, uma vez que o crédito contará com garantia da União. Com o respaldo do Tesouro, o risco de inadimplência para os bancos envolvidos é considerado praticamente nulo.

“As condições financeiras da operação ainda estão sendo tratadas junto às instituições envolvidas e, por ora, não podem ser detalhadas. Todas as informações oficiais sobre o Plano de Reestruturação dos Correios e sobre o andamento da operação de crédito serão divulgadas pelos canais institucionais da empresa”, afirmou a estatal em nota.

Fonte: gazetadopovo

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