A informou que os cidadãos do bloco devem se preparar contra emergências, incluindo desastres naturais, ataques cibernéticos e crises geopolíticas, incluindo a possibilidade de agressão armada contra países membros.

Para isso, a comissária europeia para Gestão de Crises, Hadja Lahbib, anunciou que será criado um “kit de sobrevivência”.
“Apoiaremos os Estados membros na elaboração do que chamamos de ‘bolsa de resiliência’, para que todos os cidadãos estejam prontos para resistir, para serem estrategicamente autônomos por pelo menos 72 horas”, disse Lahbib em entrevista a AFP.
Segundo a comissária europeia, o kit de sobrevivência deve conter cerca de dez produtos considerados essenciais, incluindo água, medicamentos, uma lanterna, documentos de identidade, fósforos, comida.
Outra proposta é criar um “dia nacional de preparação”, para aumentar a conscientização sobre a necessidade de estar preparado para qualquer desastre na UE.
Também está prevista uma estratégia específica para as escolas.
Documento da União Europeia mira aumento de prontidão do bloco
Em outubro passado foi publicado um relatório do ex-presidente finlandês Sauli Niinistö cujo nome “Fortalecer a preparação e a prontidão civil e militar da Europa”.
Nesta quarta-feira, 26, a Comissão Europeia apresentou sua estratégia de preparação e gestão de crises, com foco em medidas civis.
A chamada “Estratégia da União Europeia para a Preparação” inclui 30 ações-chave para lidar com emergências, que vão desde o risco de conflito (os medos dos países que fazem fronteira com a são muito altos) até desastres ambientais, de ataques cibernéticos a pandemias.
O documento propõe a criação de um comitê especial de crise, no qual estarão representados a Comissão Europeia, o Alto Representante para a Política Externa e os 27 Estados membros, que contarão com o apoio das agências nacionais europeias.
“A identificação precoce de riscos e ameaças”, explica o documento, “pode economizar tempo precioso e ajudar a prevenir crises ou facilitar sua gestão e minimizar seu impacto”.
E embora o plano — em 30 etapas, entre medidas concretas a serem adotadas em Bruxelas e sugestões legislativas aos governos nacionais — diga respeito a emergências de diferente natureza, é impossível não ligá-lo aos riscos de segurança percebidos na Europa após a invasão russa da Ucrânia, há três anos, e aos sinais mais recentes de desengajamento demonstrados pelo governo Trump.
A própria Comissária Lahbib deixou isso claro ao apresentar o plano em uma coletiva de imprensa.
“Ter 450 milhões de cidadãos significa 450 milhões de razões para estar melhor preparado. As ameaças atuais que a Europa enfrenta são mais complexas do que nunca e estão todas interligadas: nos últimos três anos, na Ucrânia, vimos um campo de batalha com balas, drones, jatos de combate, trincheiras e submarinos. Sim, a segurança europeia está diretamente ameaçada por isso”, disse Lahbib.
A Comissão também quer acelerar os planos para expandir seu serviço de inteligência e análise, o Centro Único de Análise de Inteligência da UE, o órgão que recebe inteligência civil e militar das agências de espionagem dos Estados membros.
A entidade, sediada em Bruxelas, também criará uma plataforma digital para que cidadãos e viajantes tenham informações sobre riscos e opções disponíveis (por exemplo, abrigos) em caso de crise. Propõe também coordenar em nível de UE as reservas estratégicas de medicamentos, matérias-primas essenciais, energia e alimentos.
Fonte: revistaoeste