Turbina eólica de duas cabeças pode solucionar desafios da indústria
Uma fabricante chinesa apresentou um projeto que promete revolucionar o setor de energia renovável. A empresa Ming Yang Smart Energy anunciou o desenvolvimento de uma turbina eólica de duas cabeças, capaz de gerar 50 megawatts de energia sozinha, o suficiente para abastecer dezenas de milhares de residências por ano. A novidade une potência e eficiência, com a proposta de reduzir custos e minimizar impactos ambientais.
A iniciativa surge em um momento em que o mundo busca alternativas mais limpas e sustentáveis, mas enfrenta obstáculos como o alto custo de produção e os efeitos climáticos sobre as estruturas. A China, que vem se consolidando como líder no setor eólico, aposta nessa tecnologia para acelerar a transição energética e ampliar sua presença nos mares.
O projeto deve ser lançado oficialmente em 2026 e reforça o protagonismo chinês na corrida por soluções mais eficientes e seguras para a geração de energia limpa.
A gigante por trás da inovação
A responsável pelo projeto é a Ming Yang Smart Energy, uma das maiores fabricantes de turbinas eólicas do planeta. A empresa já é conhecida por produzir equipamentos de alta potência, tanto para uso terrestre quanto marítimo, e foi pioneira em desenvolver modelos que resistem a condições extremas.
Em 2024, a companhia apresentou o OceanX, um protótipo com dois rotores de 8,3 megawatts montados em uma torre de 219 metros. O design inovador permite que as pás girem em direções opostas, o que aumenta a estabilidade e melhora a produção de energia.
Mesmo após enfrentar problemas nos primeiros testes — quando ventos fortes chegaram a danificar algumas pás —, o modelo provou ter grande potencial. As primeiras unidades foram instaladas no parque eólico marítimo Yangjiang Qingzhou IV, na costa sudeste da China.
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Resistência e eficiência no mar
Um dos maiores diferenciais da Ming Yang é o foco na resistência das turbinas. Em setembro, um tufão de alta intensidade atingiu uma área com mais de 1.300 turbinas da empresa instaladas em alto-mar. Nenhuma delas foi danificada, o que demonstrou a robustez da engenharia chinesa.
A empresa também desenvolveu o primeiro sistema de ancoragem flutuante resistente a tufões, garantindo estabilidade mesmo sob ventos e ondas extremas. Essa tecnologia é considerada essencial para o avanço da energia eólica offshore, cada vez mais vista como o futuro da geração renovável.
Com a nova turbina de 50 MW, a Ming Yang pretende reduzir o custo por quilowatt gerado a um quinto do valor atualmente praticado em parques eólicos europeus. Segundo o presidente da companhia, Zhang Qiying, a produção deve começar já no próximo ano.
Menos impacto ambiental
Apesar de ser uma fonte limpa, a energia eólica marítima enfrenta críticas por possíveis impactos sobre aves e mamíferos marinhos. Pesquisas recentes, porém, apontam que o efeito é limitado nas populações de aves migratórias, embora ainda existam dúvidas sobre o impacto no fundo do mar e no turismo costeiro.
Uma das soluções apontadas por especialistas é reduzir o número de turbinas em cada parque, sem diminuir a produção de energia. Nesse sentido, modelos mais potentes, como o OceanX e a futura turbina de duas cabeças de 50 MW, são ideais.
Com menos unidades, o impacto ambiental e visual seria menor, e os custos de instalação e manutenção também cairiam.
Fonte: sonoticiaboa






