Um foguete fabricado com garrafa pet é a esperança para a recuperação do bioma Caatinga. A criação é de pesquisadores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB).
O funcionamento é simples. O dispositivo, quando lançado, espalha sementes e auxilia em projetos de reflorestamento. De baixo custo, o material usado, além da garrafa PET, é de fibra de vidro e impressão 3D.
O lançamento é feito pela pressão do ar e da água que fica dentro das garrafas. “No momento oportuno, ele dá um disparo e faz o espalhamento das sementes. No chão, elas têm uma disposição de mais ou menos 20m por 100m. A gente consegue fazer cerca de um hectare a cada oito lançamentos”, explicou o físico Renan Aversar em entrevista ao Jornal Nacional.
20% germinaram
As sementes espalhadas, antes são tratadas para atingir uma maior chance de germinação.
“Geralmente se pega uma semente de espécie nativa, uma espécie que a gente chama de pioneira, coloca um pelete, para que esse pelete, por exemplo, ele consiga na estação chuvosa armazenar água e, quando chegar a estação seca, essa umidade seja preservada para haver tempo suficiente para que ela possa germinar”, explicou Bartolomeu Israel, professor de Geociências da UFPB.
Em testes realizados pelo grupo, 20% das sementes no foguete conseguiram germinar.
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Planta deu fruto
Antes de lançar o foguete, o grupo realizou experimentos com cápsulas de sementes. O intuito era voltar depois de um tempo para ver os resultados.
Hoje, dois anos depois, uma área que antes era degradada, mudou.
Uma planta conhecida como pinhão-bravo, germinou e começou a dar frutos.
Custo baixo e sem resíduos
E os benefícios não param aí. Além de ser baixo custo, os foguetes não deixam resíduos na área.
“Para o meio ambiente, ele não deixa resíduo, a não ser as sementes e a água. O foguete não fica no ambiente, ele volta para o ponto de lançamento”, contou Renan.
Segundo Valéria Peixoto Borges, professora da UFPB, a preservação da Caatinga é muito importante para o controle do aquecimento global.
“As últimas pesquisas mostram que ela contribui mais ainda do que as florestas úmidas na captação de carbono. Então, isso, consequentemente, vai ajudar nesse processo de mudanças climáticas que estamos passando, minimizando, então, essa condição do aquecimento global”, finalizou.
Fonte: sonoticiaboa