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Economia

Trabalhadores denunciam práticas de juros abusivos em empréstimo associado ao Lula

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O programa Crédito do Trabalhador, apelidado de “empréstimo do Lula” pela base aliada do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, foi alvo de críticas nas redes sociais por suas altas taxas de juros desde a última sexta-feira, 21, data do lançamento do programa.

O serviço permite que os trabalhadores acessem empréstimos através de seu Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) como garantia, com o objetivo de oferecer opções de crédito mais acessíveis e ajudar na gestão de dívidas.

Uma simulação publicada pelo jornal O Estado de S.Paulo mostrou que, para um empréstimo de R$ 1 mil a ser pago em 12 meses, o reembolso total seria de R$ 1,2 mil, o que representa uma taxa de juros mensal de 3,04% e anual de aproximadamente 43,26%.

Essa taxa é considerada alta, quando comparada a outras formas de crédito consignado. A simulação de crédito consignado estadual da Banrisul, por exemplo, estipula uma taxa anual de 23,58%. A cooperativa de crédito Sicoob, por sua vez, calcula uma taxa de juros anual de 20,84%, menos da metade dos juros do “empréstimo do Lula”.

Taxas do “empréstimo do Lula” chegam a 90% ao ano

No entanto, trabalhadores relataram que as taxas podem variar ainda mais. Uma postagem do jornalista Bruno Giovanni, por exemplo, mostra uma simulação que oferece taxas de até 5,5% ao mês, o que equivale a cerca de 90,12% ao ano.

Outros usuários relataram exemplos onde um empréstimo de R$ 10 mil resultaria em um reembolso total de R$19,1 mil em 48 meses com 3,04% ao mês. Esses relatos mostram uma percepção de abusividade, com comentários como “um assalto” e preocupações com inadimplência recorde.

Simulação de empréstimo oferece até 5,5% de juros ao mês | Foto: Bruno Giovani/Reprodução
Simulação De Empréstimo Oferece Até 5,5% De Juros Ao Mês | Foto: Bruno Giovani/Reprodução

Para contextualizar, a atual, conforme dados recentes, está em 14,25% ao ano. Empréstimos consignados para beneficiários do INSS têm um teto de 1,80% ao mês, ou cerca de 23,87% ao ano, conforme estipulou o Ministério da Previdência Social em janeiro deste ano.

A variação nas taxas, com relatos de até 5,5% ao mês, gerou controvérsia, especialmente porque o programa foi promovido como uma solução para aliviar o endividamento.

A petista Gleisi Hoffmann, ministra das Relações Institucionais, gravou um vídeo em que recomenda: “Apertou o orçamento? O juro tá alto? Pega o empréstimo do Lula”. , Gleisi excluiu o vídeo, mas alguns perfis o republicaram.

Essa insatisfação reflete a expectativa de que o programa ofereceria taxas mais competitivas, especialmente dado o uso do FGTS como garantia, que deveria reduzir o risco para os bancos. A falta de transparência sobre uma faixa oficial de taxas contribui para a percepção de abusividade.

Com mais de 40 milhões de simulações em poucos dias, o programa tem alta adesão, mas a controvérsia sobre as taxas pode impactar sua efetividade. A possibilidade de migração de dívidas para taxas mais baixas ainda depende da oferta real, e a variação entre bancos pode levar a desigualdades no acesso a crédito mais barato.

Fonte: revistaoeste

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