Uma tamanduá-bandeira foi flagrada bebendo água com o filhote nas costas no Pantanal mato-grossense. O registro, feito na Pousada Piuval, em Poconé, mostra um dos momentos mais raros da natureza: a fêmea se abaixando à beira da lagoa para se refrescar, enquanto o pequeno permanece firme sobre a mãe.
O tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla) é uma das quatro espécies de tamanduás existentes no Brasil e figura entre os mamíferos mais singulares do continente. Mede até dois metros de comprimento e pode pesar mais de 40 quilos.
Apesar do tamanho, é um animal pacífico, alimentando-se principalmente de formigas e cupins, que captura com sua língua pegajosa de até 60 centímetros.
Na natureza, as fêmeas costumam carregar os filhotes nas costas durante vários meses, o que ajuda a protegê-los de predadores e facilita o deslocamento pelas áreas alagadas. Ver essa cena de perto é um privilégio raro, já que o tamanduá é solitário e costuma evitar contato humano. Por isso, quando aparece em áreas de visitação, o momento se transforma em um verdadeiro espetáculo da natureza.
Refúgio da vida selvagem
Localizada em Poconé (MT), a Pousada Piuval é um dos refúgios mais procurados do Pantanal para observação de fauna. A presença constante de tamanduás-bandeira, ariranhas, tuiuiús e onças-pintadas torna o local um dos principais pontos de ecoturismo da região. Segundo a equipe da pousada, é comum que visitantes presenciem interações entre mães e filhotes, especialmente nas primeiras horas da manhã, quando os animais se aproximam das lagoas para beber água.
Além de proporcionar experiências únicas, o turismo de observação ajuda a manter viva a cultura de conservação no bioma. A renda gerada pelas visitas contribui para a manutenção das áreas de preservação e reforça a importância de proteger espécies ameaçadas, como o próprio tamanduá-bandeira, classificado como vulnerável à extinção pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Beleza e alerta
Apesar de encantador, o flagrante também serve como lembrete da necessidade de proteger o Pantanal. A destruição do habitat natural, os incêndios florestais e o avanço da pecuária em áreas sensíveis têm reduzido o espaço vital de espécies como o tamanduá-bandeira. De hábitos tranquilos e andar compassado, o animal é especialmente vulnerável a atropelamentos e queimadas.
Fonte: primeirapagina
