A partir desta sexta-feira (15), o Ministério da Saúde vai oferecer pelo SUS (Sistema Único de Saúde) um novo teste de biologia molecular DNA-HPV para rastreamento do câncer do colo do útero. Exame substituirá o exame Papanicolau nos próximos anos.
A tecnologia é capaz de identificar 14 genótipos do papilomavírus humano (HPV), detectando a presença do vírus antes mesmo do surgimento de lesões ou do câncer em estágios iniciais, inclusive em mulheres assintomáticas.
Mais sensível que o exame tradicional, o novo teste reduz a necessidade de procedimentos desnecessários e permite ampliar o intervalo entre coletas quando o resultado é negativo.
Segundo o Ministério, o método garante rastreamento de alta performance e equitativo, alcançando também mulheres em regiões remotas ou com menor acesso a serviços de saúde.
O HPV é a principal causa do câncer do colo do útero, o terceiro tipo mais frequente entre as mulheres no Brasil, com estimativa de 17.010 novos casos por ano entre 2023 e 2025. Dados do Inca (Instituto Nacional de Câncer) indicam uma taxa de 15 casos para cada 100 mil mulheres.
Produzido pelo Instituto de Biologia Molecular do Paraná, vinculado à Fiocruz, o teste DNA-HPV vai substituir gradualmente o exame citopatológico (Papanicolau), que passará a ser usado apenas para confirmar casos positivos.
Mais eficaz, o novo método permite que o rastreamento seja feito a cada cinco anos, otimizando recursos e reduzindo custos.
Como é feito?
A coleta é semelhante à do Papanicolau: a secreção do colo do útero é retirada durante exame ginecológico, mas, em vez de ser colocada em lâmina, é armazenada em tubo com líquido conservante e enviada para análise laboratorial do DNA do vírus.
O público-alvo inclui mulheres cisgênero, homens trans, pessoas não binárias, de gênero fluido e intersexuais nascidos com sistema reprodutivo feminino. Para ter acesso, basta agendar consulta ginecológica nas Unidades Básicas de Saúde.
A tecnologia, 100% nacional, será inicialmente ofertada pelo SUS no Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Ceará, Bahia, Pará, Rondônia, Goiás, Rio Grande do Sul, Paraná, Pernambuco e no Distrito Federal.
Em cada estado, a implementação começa por um município e será ampliada gradualmente. A meta é que, até dezembro de 2026, o teste esteja disponível em todo o país, beneficiando cerca de 7 milhões de pessoas com idade entre 25 e 64 anos por ano.
Fonte: primeirapagina