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Política

STF define regras para uso de câmeras em autópsias nas favelas do RJ

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Nesta quarta-feira, 3, o estabeleceu uma série de medidas, sobre as operações policiais em favelas do Rio de Janeiro (RJ), no âmbito de uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF).

Conforme o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, a decisão é de “caráter estrutural”. Por isso, deve ter monitoramento contínuo, plano de ação e diagnóstico.

Barroso explicou ainda que os termos da chamada “ADPF das Favelas” foram definidos pelos ministros consensualmente.

O relator é o ministro Edson Fachin.

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O Presidente Do Tribunal Superior Eleitoral, Ministro Luiz Edson Fachin, Durante Uma Coletiva De Imprensa Em Curitiba – 29/4/2022 | Foto: Eduardo Matysiak/Estadão Conteúdo

De acordo com o que definiu o STF, as mortes por intervenção da polícia deverão ter autópsia obrigatória. Além disso, as Corregedorias das Polícias Militar e Civil deverão acompanhar as investigações. O prazo de conclusão é de até 60 dias.

Os ministros determinaram que o RJ elabore um plano de retomada territorial das áreas dominadas por facções criminosas.

A medida deverá conter cronograma objetivo e será financiada com recursos federais, estaduais e municipais, incluindo emendas parlamentares impositivas.

O tribunal mandou ainda a PF abrir um inquérito específico para investigar crimes de organizações criminosas no RJ com repercussão interestadual e internacional, incluindo violações de direitos humanos.

O entendimento fala ainda em criar uma equipe exclusiva e permanente na PF para produzir inteligência, sobre facções e suas conexões com agentes públicos.

O STF determinou ainda a inclusão de indicadores para monitoramento de suposto uso excessivo da força por agentes e mortes com autoria indeterminada em confrontos.

O RJ também deverá publicar dados desagregados a respeito de mortes de civis e policiais em confrontos.

Segundo a Corte, houve “avanços” no uso de câmeras corporais em uniformes das forças de segurança. O STF obrigou o governador Cláudio Castro a, em 180 dias, comprovar a implantação dos equipamentos também em viaturas.

Segundo estabeleceu o STF, serão necessárias regras rigorosas para as operações policiais que resultem em mortes, tanto de civis quanto de agentes de segurança:

  • O local da ocorrência deverá ser preservado pelos primeiros policiais, sem alterações no cenário, e comunicado imediatamente às autoridades competentes;
  • O Ministério Público deve ser acionado imediatamente e pode, se julgar necessário, designar promotor para ir ao local;
  • O delegado de polícia deverá comparecer à cena, recolher provas, qualificar testemunhas e apreender objetos após liberação dos peritos;
  • A polícia técnica será responsável por perícia e remoção de cadáveres, com documentação fotográfica completa.

O STF autorizou ainda o repasse de recursos do Fundo Nacional de Segurança Pública para viabilizar o cumprimento das medidas, desde que o Estado apresente planos específicos.

O STF também estabeleceu regras para preservar vestígios e garantir a segurança em áreas sensíveis, como escolas e unidades de saúde, além de reforçar a documentação de provas e relatórios após operações policiais:

  • Preservação de vestígios: policiais que atenderem a ocorrência devem garantir que o local do fato seja preservado, evitando alterações que prejudiquem a perícia;
  • Operações próximas a escolas e unidades de saúde: não há vedação automática a ações nesses perímetros, mas as forças de segurança devem observar a proporcionalidade do uso da força, especialmente nos momentos de entrada e saída de estudantes ou pacientes;
  • Uso de instalações escolares ou hospitalares: será permitido em casos excepcionais, quando houver evidência de que os locais estejam sendo utilizados para atividades criminosas.

Fonte: revistaoeste

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