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Síndrome de Boreout: Como Lidar com o Tédio no Trabalho

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O trabalho faz parte de nossas vidas, ocupa, geralmente, um terço do nossos dias, pelo menos dos chamados dias úteis, apesar de que todo dia tem sua utilidade. Nos dias úteis ou dias de trabalho, executamos nossas tarefas conforme as recomendações do nosso espaço profissional. Salvo raras exceções, procuramos realizar com afinco cada atividade que nos é destinada.

(Vídeo: Marcos Estevão)

Desde o início ou com o tempo passamos a gostar do que fazemos, falamos dentro e fora do trabalho sobre a função que exercemos e de algumas particularidades que acontecem no nosso ambiente profissional. Lá, arrumamos novos amigos, criamos novas redes sociais, planejamos nossos feriados e finais de semana, organizamos nossas férias e, não raro, desejamos igualmente as férias e o retorno ao trabalho.

O problema é que nem tudo segue a lógica da perfeição e assim como há trabalhos extenuantes, repletos de tarefas, além daquelas que deveriam ser distribuídas a cada funcionário de uma empresa pública ou privada, podendo causar problemas físicos e mentais em seus empregados, há também trabalhos pobres ou desprovidos de atividades laborativas, quando pouco ou nada há a ser feito, desencadeando desmotivação e tédio em seus trabalhadores.

É nesta segunda hipótese, quando o tédio perdura por meses ou anos, que estamos diante da Síndrome de Boreout, a síndrome do tédio crônico no trabalho, em que parece haver não apenas falta de atividade, mas falta de propósito e de desafios a serem superados.

O termo é de origem inglesa “bored” (entediado, em inglês) e “out”. Foi criado em 2007 pelos suíços Peter Werder e Philippe Rothlin, no livro “Síndrome de Boreout: Desmotivação e Tédio no Trabalho” A desmotivação e a insatisfação profissional ocorrem porque o trabalhador se sente inútil, desvalorizado, subutilizado.

A rotina com tarefas repetitivas e monótonas faz que o funcionário não veja sentido ou resultado daquela atividade para a empresa; sente que poderia fazer mais, todavia como nada mais há para fazer, desmotiva-se, perde o ânimo e o interesse por suas atividades.

Boreout é uma síndrome relacionada ao ambiente de trabalho, que afeta diretamente a satisfação e a motivação do trabalhador. Muitos funcionários podem se beneficiar com um ambiente profissional de poucas atividades e, talvez, nem vejam o ambiente como tédio; outros, porém, percebem a escassa carga profissional e desanimam-se com isso, são atingidos em seu senso de ação e utilidade. Para estes o impacto pode ser tão grande, a ponto de levá-los a um sofrimento mental.

Afinal de contas, não se trata de um dia ou dois sem desafios, mas de uma condição prolongada, percebida como um espaço de tempo subutilizado, com atividades sem significado, levando à perda do interesse pelos resultados de seu trabalho. Muitas vezes ocorre má gestão profissional, com líderes que não conhecem as habilidades de suas equipes ou não sabem lhes delegar tarefas e terminam limitando a autonomia e a criatividade de seus empregados.

Tudo isso sendo observado, entende-se o advento da Síndrome de Boreout, que evolui com desinteresse, apatia e queda do desempenho profissional. A desmotivação leva a um menor comprometimento com as tarefas e diminuição da produtividade.

O aborrecimento constante, o sentimento de inutilidade e a pressão interna para se destacar provocam estresse, ansiedade, depressão e outros problemas de saúde. Comumente observam-se sentimentos de inutilidade, frustração, perda da autoestima e da confiança profissional.

Burnout e Boreout são síndromes ligadas ao trabalho, mas enquanto a primeira é o esgotamento pelo excesso de tarefas, metas e exigências, a segunda é o esgotamento pela falta de trabalho significativo ou pela subutilização de habilidades. Busca-se a prevenção da Síndrome de Boreout com um ambiente de trabalho, onde haja desafios adequados e possibilidade de crescimento pessoal e profissional, com comunicação aberta entre empregadores e empregados, visando não apenas à produtividade empresarial como também à motivação e ao bem-estar do profissional no ambiente de trabalho.

É importante observar que nem sempre apenas o salário e a segurança de um emprego são suficientes, uma vez que, com frequência, o ser humano necessita de propósito e desafios para alcançar a sensação de bem-estar. Costumo dizer que tudo deveria acontecer na medida certa, nem oito, nem oitenta e um trabalho equilibrado é, certamente, melhor para empregador e empregado.

Fonte: primeirapagina

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