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Simpósio Técnico da Aprosoja-MT reúne mais de 600 participantes para debater entraves do setor agrícola

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O V Simpósio Técnico da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja MT) chegou ao fim nesta quinta-feira (07), após dois dias de programação. O evento incluiu temas cruciais para o setor produtivo, entre eles a urgente necessidade de investimentos em armazenagem e o fortalecimento da imagem do produtor rural frente aos critérios internacionais de sustentabilidade. O segundo e último dia contou com a presença do professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e doutor em Direito, Daniel Vargas, e do biólogo Richard Rasmussen, que protagonizaram o painel de sustentabilidade.

O vice-presidente da Aprosoja MT e coordenador da Comissão de Sustentabilidade, Luiz Pedro Bier, abriu o painel para mostrar como a entidade tem procurado mostrar às pessoas que o produtor mato-grossense já é sustentável na prática. Ele destacou o papel da entidade em comunicar essa realidade e em oferecer apoio técnico e institucional para os desafios vividos pelos associados. Segundo ele, o evento teve um balanço positivo ao reunir produtores de diversas regiões do estado.
“Falamos sobre sustentabilidade, sobre a importância de resolver gargalos como a armazenagem e trouxemos atendimento da SEMA em relação ao CAR. Também apresentamos o trabalho das comissões da Aprosoja MT e os dados gerados pelos nossos centros de pesquisa. Estamos enfrentando tempos difíceis e informação técnica é essencial para superar essas dificuldades”, disse Bier.
Em seguida, durante sua palestra, o professor da FGV, Daniel Vargas, abordou sobre a importância de o Brasil entender, adaptar e negociar os critérios de sustentabilidade impostos pelo comércio internacional. “A grande questão é como nós entendemos quais são os critérios de sustentabilidade cada vez mais presentes no comércio global e, a partir daí, como é que a gente se posiciona, se adapta ou negocia para que esses critérios sejam mais ajustados à nossa realidade. O que está sendo discutido hoje é como a gente produz, que tipo de insumo a gente usa, quais são os critérios que o mundo e o comércio exigem para comprar nossos produtos. Não podemos aceitar padrões importados sem questionar, as regras precisam se adaptar à nossa realidade tropical, para que o Brasil continue liderando a produção mundial com legitimidade”, explica.
De forma conjunta, enquanto aconteciam as palestras técnicas com especialistas no auditório, o espaço para expositores de empresas e instituições parceiras, como Riosoft, Sicredi, Kepler Weber, AGI, Lifetime Investimentos, BTG Pactual, Motomco, entre outras, promoveu integração entre produtores, soluções tecnológicas e serviços. O delegado do núcleo de Querência, Valdair Hauenstein Granja, relatou que o aumento da produção de milho contrasta com a escassez de infraestrutura para armazenagem.
“Querência e a região do Vale do Araguaia produz muito e falta armazém. Vindo aqui no Simpósio falar sobre isso é de muita importância para toda a agricultura, hoje é comum nos depararmos com montanhas de milho em torno de armazém, fazendas com silo bolsa e falta de crédito também com juros acessíveis. Nós produtores muitas vezes não conseguimos fazer isso sozinho, então nos unimos para conseguir fazer esse investimento e na nossa região, temos uma cooperativa e estamos fazendo devagarinho, queremos aumentar a capacidade, mas não é tão fácil porque estamos enfrentando uma crise na agricultura muito grande, com dificuldade de crédito e preços de venda muito baixos que não acompanham custo de produção”, afirma.
A palestra de encerramento foi por conta do biólogo e comunicador Richard Rasmussen, que após uma imersão no agronegócio mato-grossense, compartilhou que, apesar da pressão externa, o produtor rural brasileiro é um dos que mais contribuem para a sustentabilidade ambiental, mantendo grandes áreas preservadas dentro das propriedades e seguindo práticas responsáveis.
“É um evento técnico e estar aqui como biólogo, reforço a importância que tem o produtor na sustentabilidade e na conservação do nosso país, que mantém suas reservas legais, as Áreas de Proteção Permanentes (APPs). Então, mais uma vez eu venho aqui mostrar minha trajetória desse último ano, onde eu visitei efetivamente o campo em diversas oportunidades e trago os resultados dessa visita sob o olhar de um biólogo que está preocupado com conservação”, enfatiza.
Para aqueles que não conseguiram participar, a sexta edição do evento já tem data marcada e será realizada nos dias 5 e 6 de agosto de 2026. Com uma programação técnica completa, espaço para debates e a presença de vozes relevantes do agro, o Simpósio Técnico da Aprosoja Mato Grosso reforça que produzir com responsabilidade é um compromisso do produtor rural mato-grossense, mas que é preciso apoiá-los para que tenham condições de estruturar melhor o campo e defender essa imagem perante o mundo.

 

Fonte: Olhar Direto

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