Denunciado por assĂ©dio sexual, o ex-ministro dos Direitos Humanos, , tem um passado musical na dĂ©cada de 1990 como guitarrista da banda Delito. O grupo, que tocava rap metal, tinha influĂȘncias de bandas como Body Count, Rage Against the Machine e Suicidal Tendencies. As informaçÔes sĂŁo do jornal Gazeta do Povo.
Em 2020, Almeida revelou no Twitter/X que dois mĂșsicos do Delito tambĂ©m tocaram na banda paulista Velhas Virgens, conhecida por suas cançÔes controversas. As letras dessas bandas, assim como as de Body Count e Racionais MCâs, frequentemente continham temas ofensivos Ă s mulheres, apesar de seus discursos contra o racismo e a âopressĂŁo policialâ.
As mĂșsicas do Body Count, por exemplo, trazem tĂtulos e temas imprĂłprios, como KKK Bitch, Evil Dick e Mommaâs Gotta Die Tonight. A primeira fala sobre um homem negro fascinado pelo desempenho sexual de filha de um membro da Ku Klux Klan, enquanto a segunda narra a traição de um parceiro culpando sua genitĂĄlia. A terceira descreve um matricĂdio brutal.
No Brasil, os Racionais MCâs tambĂ©m tĂȘm faixas polĂȘmicas, como Mulheres Vulgares e Estilo Cachorro, que geram crĂticas feministas. Versos como âMulheres sĂł querem, preferem o que as favorecem / Dinheiro, Ibope, te esquecem se nĂŁo os tiveremâ ilustram essa faceta misĂłgina, que os rappers explicam como fruto de um contexto de juventude e inexperiĂȘncia.
Com a banda Delito sem registros fonogrĂĄficos ou audiovisuais, nĂŁo se sabe quais mĂșsicas Almeida e seus colegas tocavam. A dĂșvida persiste, especialmente agora, com o ex-ministro enfrentando denĂșncias e uma investigação iminente da PolĂcia Federal.

Antes de ser ministro, Silvio Almeida, advogado e acadĂȘmico, notabilizou-se pela defesa de grupos minoritĂĄrios e possui um amplo currĂculo acadĂȘmico. Graduado em Direito e Filosofia, tem mestrado e doutorado em Direito PolĂtico e EconĂŽmico e Filosofia e Teoria Geral do Direito.
Almeida ganhou notoriedade com o livro Racismo Estrutural, publicado em 2019, adotado amplamente por professores, mas criticado por falta de base cientĂfica e por incitar conflitos raciais. Ele se tornou comentarista e entrevistador no YouTube, onde produziu 130 conteĂșdos entre 2020 e 2023, antes de assumir o ministĂ©rio.
AlĂ©m do racismo, Almeida discute neoliberalismo, filmes de terror, videogames e quadrinhos em seus vĂdeos, sempre com uma abordagem politizada.
Ele jĂĄ entrevistou figuras da esquerda como LĂĄzaro Ramos, Emicida, Leonard Boff, Ailton Krenak e Mano Brown em seu canal. âVocĂȘ foi meu professorâ, disse Almeida a Mano Brown, durante uma live. âMuitas decisĂ”es que tomei na vida, na academia e na advocacia foram ouvindo os Racionais. VocĂȘs me educaramâ.
O presidente Luiz InĂĄcio Lula da Silva demitiu, nesta sexta-feira, 6, o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida. .
Entre as vĂtimas estaria a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. O ministro nega todas as acusaçÔes. Anielle ainda nĂŁo comentou o caso.
As denĂșncias contra o ministro foram reveladas pela organização Me Too Brasil, que alegou que as âvĂtimas enfrentaram dificuldades em obter apoio institucional para a validação de suas denĂșnciasâ. âDiante disso, autorizaram a confirmação do caso para a imprensaâ, informou a entidade.
A ComissĂŁo de Ătica da PresidĂȘncia da RepĂșblica abriu de ofĂcio uma investigação para apurar as denĂșncias recebidas pela Me Too Brasil. O caso tambĂ©m vai ser investigado pela PolĂcia Federal.
Fonte: revistaoeste