O ex-ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, foi convocado para prestar depoimento na Polícia Federal na próxima terça-feira, 25, para encerrar as investigações sobre as acusações de importunação sexual que pesam contra ele. As informações são do UOL.
Apesar da convocação, a defesa de Almeida solicitou um adiamento para ter acesso completo ao conteúdo do inquérito. Na última terça-feira, 18, o ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal, concedeu um prazo de 60 dias para que a Polícia Federal (PF) conclua as investigações.
O ex-ministro ainda precisa ser ouvido antes que a PF apresente o relatório final da investigação, o que pode ocorer antes do prazo de 60 dias. Mendonça também determinou, ao estender o prazo do inquérito, que a defesa de Almeida tivesse acesso integral ao conteúdo da investigação antes que ele prestasse depoimento.
O ex-ministro sempre negou as acusações. A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, prestou depoimento sobre o caso em outubro do ano passado, e outras supostas vítimas também já foram ouvidas. A investigação segue em sigilo, bem como a identidade das outras vítimas.
Fontes próximas à investigação sugerem que as evidências coletadas pela são bastante detalhadas e suficientes para sustentar uma possível denúncia contra o ex-ministro por importunação sexual. A decisão final caberá à Procuradoria-Geral da República, depois da conclusão e entrega do relatório final.
As acusações divulgadas pela imprensa resultaram na demissão do então titular da pasta de Direitos Humanos, que havia sido uma escolha pessoal de Lula e era reconhecido por sua trajetória profissional e acadêmica. Ele foi substituído por Macaé Evaristo.
Almeida utilizou suas redes sociais para falar sobre as acusações de assédio sexual que resultaram em sua demissão do governo Lula, em setembro de 2023. No manifesto publicado no último sábado, 15, ele destacou que não busca compaixão ou uma segunda chance, mas, sim, justiça.
Almeida declarou que tentaram apagar sua história e transformá-lo em um monstro, o que não reflete, segundo ele próprio, sua trajetória como professor respeitado, advogado diligente e figura pública. As acusações foram recebidas pela organização Me Too Brasil e referem-se a uma série de episódios de assédio que teria ocorrido em 2023.
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Como consequência, duas investigações estão em aberto: uma pelo Ministério Público do Trabalho e outra pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido da Polícia Federal (PF). O ministro André Mendonça é o relator do caso no STF, e a investigação está sob segredo de Justiça.
Anielle Franco está entre as pessoas que alegam terem sido vítimas do ex-ministro. Ela confirmou as acusações em depoimento à PF, onde afirmou que as abordagens inadequadas por parte de Almeida começaram no fim de 2022.
Silvio Almeida nega veementemente todas as alegações e as classifica como “ilações absurdas”. O objetivo seria, de acordo com ele, prejudicá-lo, apagar suas lutas e sua história, além de obstruir seu futuro.
Na postagem, que marcou sua volta às redes sociais, ele anunciou a intenção de retomar atividades públicas, ao mencionar o relançamento de seu e a publicação de uma edição revisada e ampliada de seu livro Racismo Estrutural. Ele também planeja lançar outros quatro livros.
Fonte: revistaoeste