Uma das mais importantes feiras de bebidas e alimentos do mundo, a Sial encerrou a edição 2022 nesta quarta-feira (19). No decorrer dos últimos cinco dias, mais de 7 mil expositores de 119 países aproveitaram essa vitrine para conquistar novos mercados. Mas nem sempre esse objetivo depende só de qualidade e de preço. Muitas vezes, ele esbarra no protecionismo comercial. É o caso de alguns produtos brasileiros, que tentam entrar no mercado europeu.
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A indústria de alimentos e bebidas é a mais importante no Brasil. Processa aproximadamente 58% da produção agropecuária. Representa quase 11% do Produto Interno Bruto (PIB) do país e, além disso, gerou um 1,7 milhão de empregos formais em 2021.
Nesse sentido, o setor representa 16% da exportações brasileiras. Ou seja: é o equivalente a US$ 45,2 bilhões. Esse volume, no entanto, poderia ser bem maior, caso a Europa não criasse barreiras comerciais a alguns produtos. A carne bovina brasileira, por exemplo, tem que cumprir uma cota de apenas 25 mil toneladas dentro do Mercosul.
Protecionismo em pauta na Sial 2022

Foto: Freepik
No caso da carne de frango, também existem regras de cotas que só são quebradas quando há uma emergência. Como por exemplo o surto de gripe aviária que abateu a Europa nas últimas semanas. Esse problema, a saber, impactou principalmente o plantel da França.
Quando participou da abertura oficial da Sial 2022, que foi realizada em Paris (França), o embaixador do Brasil na França, Luís Fernando Serra, citou a importância de se agregar valor ao produto brasileiro. Nesse sentido, ele confirmou o protecionismo francês. Além disso, desabafou contra o pouco caso do atual governo do país europeu, liderado por Emmanuel Macron, em relação ao Brasil.
Em busca de novos mercados

Foto: Pedro Silvestre
Diante de ações de protecionismo por parte da Europa, brasileiros têm diversificado suas ofertas. É o que ocorreu, por exemplo, com Isis Benatti. Inicialmente, ela exportava apenas gergelim in natura. Hoje, contudo, fabrica óleos, pastas e cremes. Assim, agrega valor aos produtos e gera empregos e renda. É dessa forma que a indústria comandada por ela no interior de São Paulo já tem 70 funcionários.
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Foto: Canal Rural/reprodução