As trocas promovidas pelo presidente Luiz InĂĄcio Lula da Silva na AgĂȘncia Brasileira de InteligĂȘncia (Abin) se tornou alvo de crĂticas de servidores da instituição. Em carta divulgada nesta quarta-feira, 31, o grupo lamentou a nomeação de pessoas âsem experiĂȘnciaâ na ĂĄrea para o alto escalĂŁo da agĂȘncia.
âĂ necessĂĄrio que a atividade seja conduzida por quem conhece seus meandrosâ, escreveram os servidores. âAs reiteradas nomeaçÔes de pessoas que nĂŁo possuem experiĂȘncia na prĂĄtica de InteligĂȘncia Nacional para posição de direção fragilizam a atividade. âIngressamos na Abin por concurso pĂșblico e temos mulheres e homens preparados para dirigir a agĂȘncia Ă qual dedicamos toda uma vida.â
, em meio Ă s investigaçÔes da PolĂcia Federal sobre o aparelhamento da agĂȘncia no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Outros seis diretores tambĂ©m foram substituĂdos.
O presidente manteve o delegado Luiz Fernando CorrĂȘa, nome de sua confiança, no comando do ĂłrgĂŁo. Os dois mantĂ©m uma longa relação â CorrĂȘa foi diretor-geral da PolĂcia Federal no segundo mandato de Lula. O delegado vem sofrendo desgaste desde que a PF levantou suspeitas de âconluioâ entre a atual gestĂŁo da Abin e a direção anterior, para evitar que monitoramentos ilegais viessem a pĂșblico.
Os servidores da Abin defendem ainda a criação de uma vara judiciĂĄria especial para autorizar açÔes de inteligĂȘncia. âNossas servidoras e servidores precisam trabalhar com apropriada segurança jurĂdicaâ, afirmam.
O texto ressalta que as medidas sĂŁo necessĂĄrias para proteger a atividade de interesses polĂtico-partidĂĄrios. âO momento atual parece ter convencido a todos sobre o que jĂĄ defendemos hĂĄ anos: a inteligĂȘncia precisa ser reformada. Precisamos definir, na lei, nossas atribuiçÔes e ferramentas de trabalho.â
A Abin Ă© o principal ĂłrgĂŁo do sistema de inteligĂȘncia federal e tem como atribuição produzir informaçÔes estratĂ©gicas sobre temas sensĂveis, como ameaças Ă democracia e Ă s fronteiras, segurança das comunicaçÔes do governo, polĂtica externa e terrorismo. Para a PF, a agĂȘncia foi instrumentalizada no governo Bolsonaro e usada para atender interesses privados do grupo polĂtico do ex-presidente.
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Revista Oeste, com informaçÔes da AgĂȘncia Estado
Fonte: revistaoeste