O senador RogĂ©rio Marinho (PL-RN) protocolou nesta terça-feira, 14, uma representação no MinistĂ©rio PĂșblico Federal (MPF) em que pede o bloqueio e a quebra de sigilo de entidades poupadas pela ação protocolada pela Advocacia-Geral da UniĂŁo (AGU) na semana passada por ocasiĂŁo do escĂąndalo no INSS.
O documento, direcionado ao procurador-geral da RepĂșblica, solicita atuação complementar com base na Lei de Acesso Ă Informação, ao denunciar a omissĂŁo da AGU diante de irregularidades jĂĄ identificadas por ĂłrgĂŁos de controle.
A Controladoria-Geral da UniĂŁo (CGU) identificou mais de 12 mil entidades conveniadas ao Regime Geral de PrevidĂȘncia Social que receberam repasses suspeitos, como associaçÔes vinculadas a servidores pĂșblicos, aposentados e pensionistas.
Marinho argumenta que a AGU teria deixado de acionar judicialmente diversos desses grupos, muitos dos quais seriam administrados por âlaranjasâ e empresas de fachada, responsĂĄveis por operacionalizar os descontos indevidos.
A representação solicita ao MPF a adoção de medidas para investigar penalmente as entidades que escaparam da responsabilização por parte da AGU. TambĂ©m requer o bloqueio de bens dos envolvidos e a apuração da eventual existĂȘncia de uma âengenharia que permite o pagamento de propinasâ.
Ainda conforme o documento, a intenção Ă© aprofundar os trabalhos do INSS, da PolĂcia Federal e da prĂłpria CGU, de modo a alcançar entidades associativas supostamente envolvidas no escĂąndalo, mas que seguem sem nenhum processo judicial movido contra elas pela UniĂŁo.
A AGU deixou de incluir na ação que busca bloquear R$ 2,56 bilhÔes do esquema de descontos ilegais no INSS pelo menos quatro entidades suspeitas de funcionar como fachadas ou de pagar propina a servidores. O governo anunciou a medida como parte do esforço para ressarcir os aposentados lesados, mas evitou atingir os principais beneficiårios do esquema.
Embora tenha destacado 12 entidades como parte do ânĂșcleo da fraude do desconto irregularâ, a AGU , que, segundo a CGU, nĂŁo possuem sequer um filiado que reconheça ter autorizado a adesĂŁo.
Em nota, o órgão argumenta que usou como critério a Lei Anticorrupção. Segundo a justificativa, a escolha dos alvos prioriza entidades ligadas ao uso de laranjas ou ao pagamento de vantagens indevidas a servidores do INSS.

Entre as entidades excluĂdas da ação estĂĄ o Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical (Sindnapi), presidido por â irmĂŁo do presidente Luiz InĂĄcio Lula da Silva.
O sindicato estĂĄ entre os que mais arrecadaram nos Ășltimos anos com os descontos compulsĂłrios aplicados a aposentados. AlĂ©m disso, ele Ă© citado em documentos com indĂcios de irregularidade.
âĂ um crime sistĂȘmico, sustentado pelo aparelhamento e pela omissĂŁo do PTâ, criticou Marinho, que classificou o episĂłdio como âface perversa da repĂșblica sindical petistaâ. âSaqueiam aposentados, blindam comparsas e desmoralizam o Estado.â
Fonte: revistaoeste