Junho traz consigo todo o clima de quermesses, das simpatias e orações em busca de amor verdadeiro. É nesse momento que o nome de Santo Antônio é mais requisitado com fé e esperança de subir ao altar. Mas há quem defenda que esse título de “santo casamenteiro” deveria pertencer a São José e não Santo Antônio.
Tendo seu dia celebrado nesta sexta-feira, 13 de junho, a história de Santo Antônio de Pádua não se destaca pelos casórios, como é popularmente conhecido. Nascido no ano de 1195, em Lisboa, Fernando de Bulhões e Taveira de Azevedo era de família nobre e rica, teve uma infância santa e aos 15 anos se dirigiu ao Convento dos Cônegos de Santo Agostinho, em Lisboa.
Morou por dois anos em São Vicente, mas foi transferido para Coimbra, onde se dedicou aos estudos de ciências humanas e teológicas por 8 anos. Foi ordenado sacerdote aos 25 anos, deixando em setembro de 1220 os agostinianos para ser um franciscano.
Neste momento, adota o nome de “Antônio”, ao entrar na Ordem Franciscana, como uma homenagem ao Santo Antão, um monge egípcio. Essa mudança ocorreu por devoção ao santo e também por seguir as tradições da ordem franciscana.
Foi em 1221, em uma convocação de frades feita por Francisco, em Assis, que Antônio conheceu Francisco pessoalmente.
Após o encontro, Antônio se dedicou a trabalhar em orações, meditações e sermões. Foi a Montpellier, invocado como protetor das causas perdidas. Em 1227, foi para Pádua e la ficou por mais 4 anos. Antônio faleceu em 1231, aos 36 anos, sendo canonizado 11 meses depois pelo Papa Gregório IX e, em 1946, o Papa Pio XII proclamou Confessor e Doutor da Igreja.
Sua fama de casamenteiro não se sabe a origem, mas existe uma história famosa. Segundo a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil ( CNBB) a narrativa é a seguinte: “Uma senhora, cansada de passar fome e necessidade, resolveu prostituir a filha numa tentativa de largar a vida miserável. Essa, por sua vez, não aceitou a vontade da mãe e rezou muito para Santo Antônio ajudá-la. Em uma de suas orações, agarrada a imagem do Santo, ela orou tanto que repentinamente um bilhete caiu em suas mãos. Estava endereçado a um comerciante local, e continha os seguintes dizeres: ‘Senhor, por favor dar a essa moça o equivalente ao peso desse bilhete em moedas de prata. Assinado: Antônio.’ Sem titubear, assim o fez. Correu até o estabelecimento e entregou o bilhete ao comerciante. Este, por sua vez, meio desacreditado, resolveu ceder ao pedido da jovem e colocou o bilhete de um lado da balança e uma moeda de prata do outro. Para a sua surpresa, o bilhete pesou mais. O comerciante só conseguiu equilibrar a balança ao colocar 400 moedas de prata ali e foi então que o episódio se tornou muito conhecido. Por conta disso, a jovem começou a receber muitos pedidos de casamento e inclusive de bons rapazes, o que não tardou a desfrutar de um casamento feliz e duradouro. A partir daí, muitas moças começaram a rezar para Santo Antônio toda vez que o assunto era casamento.”
Simpatias que muitos fazem vão desde colocar o santo de cabeça para baixo em um copo d’água, esconder a imagem do santo dentro do armário e até colocá-lo no freezer e descongelar quando “cumprir a missão”
Para aqueles que desejam um casamento sólido, fiel, com companheirismo e respeito, é a São José que deve interceder. Celebrado no dia 19 de março, a história de São José é bastante conhecida. De acordo com a tradição cristã, ele foi o pai terreno e amoroso de Jesus e o esposo da Virgem Maria.
São José desempenhou um papel essencial na vida de Jesus e Maria. Ele foi o protetor da Sagrada Família, cuidando e provendo para eles em todas as situações. Como tal, São José é visto como um modelo de paternidade, esposo dedicado e exemplo de virtude familiar.
É também reconhecido como o padroeiro da Igreja Universal. Sua intercessão é invocada por fiéis em todo o mundo, buscando sua proteção e orientação em tempos de dificuldade. Sua humildade e disposição para servir inspiram os cristãos a seguirem o exemplo de vida simples e virtuosa.
Embora não tenha a fama de “casamenteiro” como Santo Antônio, São José representa o ideal de um homem comprometido com a família e guiado pela fé.
Afinal, quem é o verdadeiro santo casamenteiro? Depende da intenção e da devoção de quem pede. Santo Antônio é o mais popular, o queridinho das festas juninas e simpatias, mas São José representa o ideal de companheiro firme e confiável.
E por que não pedir ajuda para os dois? O importante mesmo é acreditar. Seja com vela acesa, oração, bilhete na capela, o que vale é colocar o coração na intenção.
Fonte: gazetadigital