Mesmo em meio a tantas novidades, algumas tradições resistem ao tempo, como acontece com o famoso “corujão”, prática das antigas lan houses que consistia em passar a madrugada jogando. Atualizada, a ideia ganhou novos contornos: hoje, além dos games, há campeonatos, desafios e até comidas, transformando o evento em um encontro social que desperta nostalgia nos mais velhos e curiosidade nos mais jovens.
A diretora do Grid Game Center, Tatiana Sperini, que funciona no shopping Estação, em Cuiabá, conta que o corujão atrai pessoas de todas as idades. De um lado o público 30+, movido pela nostalgia, enquanto a nova geração é atraída pela possibilidade de encontrar consoles de última geração, com óculos de realidade virtual.
“Os mais jovens ficam fascinados por algo que é novidade para eles. É um encontro de gerações, onde a diversão atravessa o tempo e ganha uma nova cara”.
Tatiana ajuda a entender a diferença entre uma lan house tradicional e um game center. “Enquanto a lan house era focada em computadores conectados à internet, o GGC é um espaço completo de entretenimento gamer. Temos consoles de última geração, simuladores de corrida, óculos de realidade virtual e até experiências coletivas, como campeonatos e eventos. O foco está na vivência, na diversão compartilhada e no aspecto social, muito além de apenas “alugar um computador”.
O perfil de clientes também mudou, já que hoje quem ocupa o espaço não são mais pessoas em busca, principalmente, de conexão à internet. Para Tatiana, é motivo de orgulho ser um ponto de encontro entre jovens e adultos. “Temos famílias inteiras que frequentam o espaço, onde pais e filhos jogam juntos. Esse encontro de gerações é algo único, que dificilmente acontece no ambiente doméstico”.
A diretora explica que o público do GGC é variado, mas com uma base forte de adolescente e jovens adultos, entre 13 e 25 anos. “Porém, cada vez mais vemos adultos de 30 a 40 anos que cresceram com videogames e hoje querem compartilhar isso com amigos ou com a família”, completa.
O local também tem se tornado espaço para festa de aniversário. “O público infantil está presente, especialmente quando os pais trazem os filhos para conhecer a estrutura, disponibilizamos o espaço para locação de festa de aniversário, algo inusitado nos dias de hoje, com uma temática super diferente para todas as idades”.
Outro destaque é o papel dos e-sports. Os torneios organizados pelos game centers aproximam a comunidade local das grandes competições mundiais, abrindo espaço para novos talentos, criando experiências que unem entretenimento e emoção.
Mais do que um negócio, a atualização das lan houses para os tempos atuais mostram como a cultura gamer se transformou ao longo dos anos. O que começou como uma alternativa ao acesso restrito à internet se tornou uma arena de socialização, tecnologia e pertencimento, mas mantendo alguns dos vínculos com as origens que marcaram uma geração.
Fonte: Olhar Direto