Na noite de segunda-feira (25), o público de Campo Grande foi ao delírio com mais uma apresentação de Roberto Carlos. O cantor trouxe à cidade a turnê Eu Ofereço Flores, realizada pela Dut’s Entretenimento, no Bosque Expo.
O show reuniu fãs com histórias de devoção, amor e memória em torno do artista que, há décadas, embala gerações com seu romantismo.
Na plateia, havia pessoas de Campo Grande, de outras partes do Brasil, como São Paulo e Pernambuco, e até de fora do país, como o Paraguai.
“No currículo da vida, você precisa ir ao show do Roberto Carlos”, declarou a pernambucana Vaney Simioli, de 51 anos, que mora há mais de uma década na capital sul-mato-grossense. Essa foi a sua primeira vez vendo o Rei ao vivo. Para ela, a música que não pode faltar é uma das mais famosas: “Eu tenho tanto pra lhe falar…”, cantou, emocionada.
Diretamente de São Paulo, Egli das Garças, 70 anos, também marcou presença, usando uma camiseta estampada com uma foto dela ao lado do cantor. Admiradora desde os nove anos, ela já perdeu a conta de quantas vezes viu Roberto no palco. “Conheci a Europa por causa dele”, contou. Em sua bagagem de memórias, shows na Espanha, Portugal, Alemanha, Estados Unidos, Argentina, Paraguai e Uruguai. “Ele representa tudo na minha vida. Foi por causa dele que senti meu primeiro amor, ainda criança. Espero ir ao camarim hoje”, disse. Na bolsa, levava uma foto tirada com o artista na Argentina, em 2024.
A paraguaia Marite Acosta, de 72 anos, também cruzou fronteiras para curtir a noite especial. Levou consigo a bandeira do país para homenagear o ídolo.
Irma Echeverria, 68, veio de Aquidauana (MS) e trouxe no coração a música “Folhas Secas”, que considera a mais marcante de sua vida. “Desde criança sou fã. Ele é carismático. E as músicas dele são muito bonitas, homenageiam todo mundo: mulheres, homens, casais.”
Minalva Bezerra, 67, foi ao show com a amiga Luzia dos Reis, 65. Lá, conheceram Irma e logo se entrosaram. “Ele é abençoado, passa sentimento”, afirmou Minalva.
Ivone Pereira dos Santos, 64 anos, foi sozinha. “Toda vez que ele vem eu vou. Gosto dele desde criança, bem dizer”, conta. Para ela, cada música é uma lembrança, um consolo. “Ele só fala coisas boas, bonitas, sobre o amor. Pra mim ele ainda é jovem.” Ivone se emocionou ao lembrar de um episódio delicado: após uma queda, em abril deste ano, passou por uma cirurgia de urgência. “Foi tudo de repente. Entre a vida e a morte. Mas ele está aqui. E eu também.”
Izildinha Gonçalves Coimbra, 67, já foi a mais de cinco shows. Dessa vez, foi acompanhada da amiga de longa data, Lúcia Costa, 75. Juntas há mais de 30 anos, elas também compartilham a paixão pelo Rei. “Comecei a gostar por causa da minha mãe. Ela era muito fã, beijava a televisão quando ele aparecia”, lembra Izildinha. “Ela faleceu antes dos 30 anos; eu tinha nove. Vou aos shows por ela também.” Vestida com uma camiseta estampada com fotos do cantor, Izildinha reviveu a emoção de quando o conheceu pessoalmente. “Suspira pra senhora não desmaiar”, brinca. Ao ouvir “Lady Laura”, ela se entrega: “Me arrepia todinha e começo a chorar.”
Ada Gimenes, 71, resume o sentimento coletivo da plateia: “Ele transmite paz, romantismo, respeito pelo público. Ele transforma.” Mesmo sendo apenas seu segundo show, a ligação é de longa data. “Desde que nasci.” Quando Roberto canta “Emoções”, Ada se ilumina.
O amor por Roberto Carlos também se renova entre os mais jovens. Andressa Mackert presenteou os avós com o ingresso — fãs do cantor desde os tempos de namoro, há 51 anos. Eles vieram do Paraná para vê-lo. Entre as músicas preferidas da família estão “Esse Cara Sou Eu”, “Distância”, “Jesus Cristo” e até a clássica “As Baleias”. Mais do que uma apresentação musical, o show de Roberto Carlos é um reencontro com memórias, afetos e pessoas que seguem fiéis ao seu repertório. Para muitos, é um ritual de conexão com o passado, com entes queridos que já partiram. E enquanto houver amor, haverá uma plateia esperando por ele.
Fonte: primeirapagina
