A nova mistura de 30% de etanol anidro na gasolina é aprovada nos testes do Instituto Mauá de Tecnologia (IMT) que ficou incumbido de verificar a viabilidade técnica do novo combustível que vem sendo discutido desde 2023. Agora, a questão terá que passar por mais algumas fases até o início da distribuição, que poderá começar até o fim deste ano de 2025.
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O IMT afirma que aplicou os ensaios com até 32% de mistura de etanol ao litro da gasolina, superando a tolerância de 1% permitida na formulação. E mesmo assim, os motores funcionaram corretamente.O estudo envolveu 16 modelos fabricados entre 1994 e 2024 com motores 1.0 a 2.5 litros de cilindrada. Também foram analisadas motocicletas produzidas entre 2004 e 2024.
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Para saber mais detalhes técnicos sobre a gasolina E30 e se o combustível é mesmo seguro para ser utilizado em todos os veículos em território brasileiro, a reportagem de AUTOO entrou em contato com o IMT e com o engenheiro Rogério Gonçalves, que é diretor de combustíveis da AEA (Associação de Engenharia Automotiva).
De acordo com o Gerente da Divisão de Motores e Veículos do Instituto Mauá de Tecnologia, Renato Romio, “a mudança na composição da gasolina terá um aumento no teor do etanol de 27% para 30% é relativamente pequeno e não deve trazer impactos significativos para o desempenho dos motores”.
Ainda conforme Romio, “os nossos testes foram conduzidos justamente para verificar possíveis efeitos inesperados, e os resultados mostraram que os motores se adaptam automaticamente à nova mistura”, explica ele.
Segundo Romio, “já no ponto de vista ambiental, essa alteração é positiva, pois reduz a emissão de CO2 ao substituir uma parcela de combustível fóssil por um renovável. E em relação ao consumo, o etanol tem menor densidade energética que a gasolina, mas a diferença será imperceptível para o consumidor”, conclui Romio.
Vale ficar de olho
Imagem: Reprodução
Pois bem, em contrapartida, Rogério Gonçalves, da AEA, recomenda que os motoristas bem fiquem atentos ao comportamento dos seus veículos, considerando que temos uma variedade muito grande de características. “Se houver engasgos nas acelerações e ultrapassagens, o ideal é recorrer à gasolina premium com 25% de etanol que continuará sendo oferecida”.
Além desse aspecto, Gonçalves explica que quando o assunto é emissão de poluentes, as normas técnicas deixam claro que é preciso haver novas medições depois de 160 mil quilômetros. E ainda não houve tempo hábil para que o IMT conseguisse rodar tanto com os veículos que passaram nos testes.
Como a ideia principal da gasolina E30 é reduzir as emissões, também vale salientar que o ganho será apenas com o menor índice de gás carbônico, apenas. E deve-se lembrar ainda que o consumo ficará um pouco maior pelo menor poder calorífico do etanol em relação ao da gasolina.
De qualquer forma, o diretor de combustíveis da entidade salientou a maior probabilidade de haver problemas com as motos movidas apenas a gasolina e, principalmente, motores de popa do setor náutico, geralmente importados e não projetados para funcionar com teores elevados de etanol. O mesmo se aplica aos ultraleves, ainda segundo ele. Há casos em que apenas a gasolina automotiva deve ser utilizada e não podem utilizar gasolina de aviação
Fonte: autoo