Economia

Riqueza do 0,1% mais rico cresce 500% mais rápido que a média nacional

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Entre 2017 e 2023, a renda do 0,1% mais rico do Brasil cresceu em ritmo cinco vezes superior ao dos demais brasileiros. Enquanto a média nacional avançou 1,4% ao ano, esse grupo, formado por cerca de 160 mil pessoas, registrou expansão de 6,9% no período. Com isso, a fatia da renda nacional concentrada por essa elite passou de 9,1% para 12,5%.

De acordo com o estudo do grupo de pesquisa FiscalData, que utilizou dados do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) divulgados pela Receita Federal, a renda mensal mínima para integrar esse segmento é de R$ 146,1 mil, mas a média ultrapassa R$ 516 mil por mês. Já o 0,01% mais rico, representado por 16 mil contribuintes, recebe em média R$ 2,57 milhões mensais e elevou sua participação de 4,3% para 6,2% da renda do país.

O levantamento aponta que dividendos e juros sobre capital próprio foram os principais motores desse crescimento. No grupo dos 1% mais ricos, 87,1% do aumento veio dessas fontes, enquanto entre os 0,1% mais ricos a proporção foi de 66%.

Os pesquisadores destacam que essa concentração ocorreu em um cenário de baixo crescimento econômico. A alta da inflação e dos preços de commodities teria favorecido lucros elevados de grandes empresários e exportadores, apesar do desempenho modesto da produção e dos salários.

O relatório também compara os dados da Receita Federal com os da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) do IBGE. Segundo os economistas, a Pnad tende a subestimar os ganhos do topo da pirâmide, especialmente por não capturar rendimentos financeiros e dividendos em sua totalidade.

Na avaliação dos autores, programas de transferência de renda têm papel relevante na redução da pobreza, mas são insuficientes para enfrentar a concentração no topo. Eles defendem mudanças na política tributária, como a taxação de dividendos, medida considerada essencial para reduzir desigualdades sem afetar a competitividade econômica.

O estudo chega em momento em que a reforma tributária sobre renda está em debate no Congresso Nacional. O Projeto de Lei 1.087/2025 prevê isenção de IRPF para salários até R$ 5 mil, redução parcial até R$ 7 mil e uma alíquota extra progressiva de até 10% para rendimentos acima de R$ 600 mil por ano.

Fonte: cenariomt

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