Após dez anos fechado para reformas, o icônico Palácio Gustavo Capanema está prestes a reabrir. As obras foram concluídas em dezembro de 2024 e, gradualmente, o edifício está voltando a ser ocupado.
Situado no centro do Rio de Janeiro, o prédio que é um marco na arquitetura moderna brasileira retorna com um novo propósito: agora, o edifício estará mais atrelado ao uso cultural do que administrativo.
Em seus 16 andares, que já abrigaram os Ministérios da Educação e da Saúde Pública, serão acolhidas diferentes instituições voltadas ao patrimônio artístico e histórico, incluindo a Fundação Nacional de Artes (Funarte).
A parte mais atrativa para o público ficará nos últimos andares: o 14° e o 15° terão salas multiuso aptas para receber exposições e apresentações artísticas. Além disso, o famoso terraço no 16° andar, com jardins de Burle Marx, será reaberto à visitação e sediará um café.
Mais cor para o centro carioca
Ocupando três pavimentos do prédio, a Funarte vai transferir cerca de 300 funcionários, que estão em home office, para o Capanema. A mudança, do Edifício Teleporto para a região central do Rio, visa trazer mais vivacidade ao perímetro, que não costuma ser muito movimentado, apesar da sua importância histórica. A fundação será responsável pela sala Sidney Miller, no térreo, que sediará espetáculos teatrais e shows de música.
Já no primeiro pavimento, sobre os pilotis, estarão o Auditório Gilberto Freyre e um salão de exposições, ambos completamente restaurados. O objetivo é que as suas atividades estejam direta ou indiretamente vinculadas ao modernismo brasileiro.
No segundo andar, o destaque é o jardim projetado pelo paisagista brasileiro Roberto Burle Marx. Ali, está a famosa escultura “Mulher Sentada”, de Adriana Janacópulos; um painel de Cândido Portinari; e uma sala de exposições.
Do terceiro ao quinto andar, estarão as instalações da Biblioteca Nacional. Já do sexto ao oitavo, a ocupação fica a cargo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Nesses pavimentos, estarão o Centro de Documentação do Patrimônio e o Centro Lúcio Costa.
O 12° andar, por sua vez, abrigará o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) e a Cátedra Unesco da Fundação Casa Rui Barbosa. Já o 13° será destinado aos gabinetes do Ministério da Cultura (MinC).
Um marco histórico e cultural
Inaugurado em 1945 por Getúlio Vargas, o Palácio Gustavo Capanema foi projetado por uma equipe renomada. O projeto ficou à cargo de Lúcio Costa, Carlos Leão, Oscar Niemeyer, Affonso Eduardo Reidy, Ernâni Vasconcellos e Jorge Machado Moreira, sob consultoria do franco-suíço Le Corbusier.
Tombado pelo Iphan em 1948, o edifício ainda conta com deslumbrantes painéis de Cândido Portinari, jardins suspensos de Burle Marx e diversas obras modernistas. Tudo isso faz com que ele seja considerado um marco da arquitetura moderna no Brasil.
Em 2021, durante o governo Bolsonaro, o palácio quase foi vendido: a construção chegou até a ser colocado em uma lista de imóveis federais que poderiam ser leiloados. No entanto, uma intervenção estadual garantiu a sua preservação como centro cultural.
Leia tudo sobre Rio de Janeiro
Fonte: viagemeturismo