Cerca de metade das reféns libertadas pelo Hamas nas últimas duas semanas relatou ao que elas permaneceram por mais de oito meses em túneis construídos pelo grupo terrorista. A informação foi divulgada nesta segunda-feira, 27, pelo vice-chefe do corpo médico das Forças Armadas israelenses, coronel Avi Banov.
“Por volta de metade das reféns das últimas duas semanas contou que elas ficaram em túneis por mais de oito meses, sem acesso à luz do sol”, disse Banov durante uma entrevista coletiva. “Mentalmente, é extremamente desafiador.”
O militar falou nesta segunda-feira com a imprensa para detalhar as condições das reféns, que foram sequestradas no dia 7 de outubro de 2023. As vítimas realizaram um primeiro exame médico na base militar de Reim.
Segundo Banov, as reféns revelaram que os vídeos divulgados pelo Hamas que as mostram dentro do enclave foram produzidos de forma encenada.
“Elas nos relataram que todos os vídeos encenados foram uma experiência terrível para elas”, explicou. “Elas sabiam que esses vídeos seriam enviados para suas famílias. Para elas, isso causou uma dor profunda.”
Uma das quatro mulheres militares libertadas pelo Hamas no sábado, 25, Liri Albag, foi exibida em um vídeo publicado pelo grupo terrorista em 4 de janeiro. Na gravação, ela fez um apelo direto ao governo israelense: “Vocês querem nos matar?”.
Banov também relatou que as mulheres libertadas chegaram à base de Reim com sinais de desnutrição leve, baixos níveis de vitaminas e comprometimento metabólico.
Essa base é o primeiro local para onde as reféns são levadas depois de sair de Gaza. Lá, elas se encontram com familiares, passam por exames médicos iniciais e, em seguida, são transportadas de helicóptero para um hospital em Tel-Aviv.
No hospital, segundo o coronel, elas são instruídas a evitar o uso de telefones ou assistir à televisão. “A maioria apresenta algum tipo de ferimento causado por estilhaços”, disse. “Algumas sofreram amputações. […] Fisicamente, levará um longo tempo para se recuperarem completamente.”
Maioria das vítimas permanece em cativeiros do Hamas
Até o momento, sete dos 94 reféns que permanecem em Gaza foram libertados. Todas são mulheres jovens, sendo que as últimas quatro eram militares.
Dos 251 indivíduos sequestrados nos ataques de 7 de outubro, 87 ainda permanecem em Gaza. Israel calcula que 35 deles estão mortos.
Na noite deste domingo, 26, o Hamas entregou a Israel uma lista com informações sobre os reféns mortos entre os 33 que serão libertados na primeira fase do acordo de cessar-fogo, que começou em 19 de janeiro e terá a duração de 42 dias.
Fonte: revistaoeste