De acordo com Vinicius Silgueiro, coordenador do Núcleo de Inteligência Territorial do ICV, o resultado se deve a uma combinação de fatores. “As temperaturas mais amenas e o maior volume de chuvas ajudaram a manter o solo e a vegetação mais úmidos. Além disso, o aumento da fiscalização e o reforço das políticas de combate ao desmatamento surtiram efeito”, explicou.
Mesmo com a redução, o cenário ainda exige atenção. Silgueiro ressalta que setembro, período marcado por baixa umidade, vegetação seca e ventos fortes, é considerado crítico para o avanço do fogo.
Diferente de 2024, quando o Pantanal liderava em registros de queimadas, em 2025 a Amazônia e o Cerrado foram os biomas mais atingidos, com 457,2 mil e 396,4 mil hectares devastados, respectivamente. No total, 59% dos incêndios ocorreram após o início do período proibitivo do uso do fogo: em 1º de junho no Pantanal e em 1º de julho no Cerrado e na Amazônia.
Colniza, no noroeste do estado, concentrou a maior área queimada (68,5 mil hectares), seguida por Campinápolis (50,2 mil), Paranatinga (40,5 mil), Nova Nazaré (39,8 mil), Tangará da Serra (35 mil) e Nova Maringá (31,7 mil). Juntos, esses seis municípios respondem por mais de 30% da área queimada em Mato Grosso.
Apesar da queda geral, os incêndios em Unidades de Conservação (UCs) e Terras Indígenas (TIs) preocupam especialistas. Até o fim de agosto, foram contabilizados 231,1 mil hectares atingidos pelo fogo em TIs e 31,2 mil em UCs.
Em Colniza, município que lidera o ranking de queimadas, a Estação Ecológica do Rio Roosevelt e a Reserva Extrativista Guariba Roosevelt já perderam mais de 7,2 mil hectares. “Essas áreas precisam de atenção redobrada, tanto para controlar as chamas quanto para fiscalizar e responsabilizar quem provocou os incêndios”, reforçou Silgueiro.
Nos nove estados que compõem a Amazônia Legal, o fogo devastou 4,2 milhões de hectares até 31 de agosto de 2025 — uma redução de 64% em relação ao mesmo período de 2024, quando a área ultrapassava 11,6 milhões de hectares.
Tocantins (1 milhão de hectares), Mato Grosso (859,5 mil hectares) e Maranhão (746,6 mil hectares) concentram mais de 63% da área queimada neste ano.
Fonte: Olhar Direto