Ações voltadas para a sustentabilidade no campo crescem a cada dia. Na região de Rondonópolis, sudeste de Mato Grosso, mais de 130 mil mudas de árvores foram plantadas nos últimos 12 anos em propriedades rurais. O intuito: a recuperação da mata nativa voltada para a proteção de nascentes. Em algumas já é possível, inclusive, encontrar plantas de segunda geração.
O plantio das mudas de árvores nativas ocorreu em 114 propriedades rurais de nove municípios da região de Rondonópolis, que receberam o projeto Recuperando Nascentes. Ação esta idealizada pela cooperativa de crédito Sicredi Integração MT/AP/PA e assunto do episódio 58 do MT Sustentável.
Localizada na divisa dos municípios de Rondonópolis e Itiquira, a Fazenda Gravataí é uma das propriedades participantes do projeto Recuperando Nascentes. Com foco no agro regenerativo, a fazenda conta com 10,3 mil hectares de área total, sendo 72% destinados para as atividades de lavoura, pecuária e floresta, em sistema de integração.
Dentro do ano agrícola são feitas três safras. A primeira com soja, depois milho consorciado com capim e por fim o pastejo dos animais sobre essas mesmas áreas. E agora, conforme o diretor da Gravataí Agro, Odair Fernando Ferrari, a propriedade caminha para a colheita de uma quarta safra.
“Como nós já estávamos fazendo o plantio das plantas nativas, visando o sombreamento para melhorar a qualidade de vida dos animais, no caso com o eucalipto e também em função desses consórcios todos que fazemos de plantas, descobrimos que somos geradores em potencial de créditos de carbono. Essa é a quarta safra que está se iniciando agora em 2024”.
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Árvores em segunda geração
Em 2019 um grupo de voluntários plantou cerca de cinco hectares de mudas de árvores nativas na Fazenda Gravataí. O foco foi a recuperação de uma área de proteção permanente.
O engenheiro agrônomo e gerente de produção do grupo, Bento Manoel Ferreira, conta ao MT Sustentável que após o plantio foi necessária muita atenção para que a nova floresta se desenvolvesse.
“A grande dificuldade é você manter essa área em condições da planta se desenvolver, sem haver competição de plantas daninhas, competição de animais silvestres, de insetos, formigas e outras pragas que atacam essas plantas jovens, recém plantadas e muito indefesas”.
Conforme Bento Manoel, por serem plantas nativas o processo de crescimento é lento, levando de três a quatro anos até que tenham uma proteção natural, que ganhem resistência e se protejam por si só, sem a necessidade de interferência humana.
Hoje, cinco anos após o plantio das mudas, a área está completamente diferente. As mudas já se transformaram em árvores adultas e daqui para frente o processo de recuperação ocorre naturalmente. Tanto que já possível observar plantas de segunda geração, filhas de mudas plantadas lá atrás.
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Recuperando Nascentes
O projeto Recuperando Nascentes, desenvolvido pelo Sicredi Integração MT/AP/PA, em 2024 completa 12 anos. O vice-presidente da cooperativa de crédito, Antônio Carlos Dourado, explica que quando da criação do projeto foi definido que metade do custo da execução seria da instituição e a outra metade seria o produtor rural.
Ainda de acordo com ele, caso o produtor não consiga arcar com a sua parte, “o Sicredi financia de um jeito que ele possa pagar. É uma satisfação de perceber o tanto que estamos contribuindo em não só recuperar a nascente, mas de dizer para a sociedade que o Sicredi apoia, que o Sicredi está preocupado não só com a sua atividade financeira, mas com as questões sociais e ambientais”.
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Fonte: canalrural