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Próteses faciais gratuitas para pacientes com câncer de pele em MT: uma ajuda essencial

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No Hospital de Câncer de Mato Grosso (Hcan-MT), um projeto inovador tem transformado a rotina de pacientes que enfrentam as sequelas do câncer de pele. Em parceria com a Rede Feminina Estadual de Combate ao Câncer, são produzidas próteses faciais e dentárias destinadas a pessoas que perderam partes do rosto durante cirurgias para retirar tumores, devolvendo autoestima, dignidade e a possibilidade de conviver socialmente.

O câncer de pele não melanoma é o tipo mais comum da doença no Brasil, e estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca) indicam que cerca de 220 mil novos casos devem ser registrados entre 2023 e o fim de 2025. Em muitas situações, a única alternativa para tratar o tumor é a ressecção (a retirada cirúrgica do tecido afetado) que pode deixar mutilações visíveis no rosto dos pacientes.

Segundo dados da instituição, só neste ano foram realizados mais de 248 mil atendimentos e entregues mais de 300 próteses. Os valores de produção variam de acordo com o tipo de prótese, podendo chegar a R$ 6 mil, um custo que a maioria dos pacientes não consegue arcar sozinho.

A Rede Feminina realiza eventos e campanhas para arrecadar recursos que financiem próteses e exames para pacientes oncológicos, ampliando o acesso ao tratamento e ao apoio que vai além do hospital.

Profissionais que atuam na confecção das próteses destacam que o impacto vai muito além da estética: trata-se de devolver função, proteção e a possibilidade de reinserção social.

Segundo a dentista especialista em próteses do HCan, Maria Carmem Volpato, é impressionante ver a mudança no olhar do paciente quando é informado que é possível transformar a mutilação em algo funcional e estético. “Muitos passam anos escondidos, porque ninguém vê na rua alguém sem nariz ou sem parte do rosto. Eles existem, mas ficam dentro de casa, e a prótese é a chance de voltarem ao convívio”.

A diretora administrativa do hospital, Renata Oliveira, reforça que o financiamento das próteses é um dos grandes desafios. “As próteses podem custar de R$ 300 a R$ 6 mil, e a maior parte dos pacientes não tem condições de arcar com esse valor. Por isso, a parceria com a Rede Feminina é essencial: elas realizam eventos e campanhas que permitem custear próteses e exames para quem enfrenta o câncer”, afirma.

No laboratório, onde cada peça é produzida de forma artesanal, a protética Ana Maria Zanata acompanha de perto a transformação dos pacientes. “Recebo muitos relatos de pacientes que voltaram a viajar, a participar de festas e de encontros familiares depois da prótese. Devolver autoestima, função e convívio social não tem preço. Criamos um vínculo muito forte com cada um deles.”

Entre as histórias transformadas está a de seu Aretino José Mendes, que perdeu parte do rosto após o câncer de pele. Ele conta que a prótese mudou não apenas o cotidiano, mas também o humor. “A prótese resgatou até meu humor. Antes eu era bonito… agora estou ainda mais”, declara.

A filha dele, Adenir Auxiliadora, acompanhou de perto todo o processo e descreve o resultado como emocionante. “Acompanhar a transformação do meu pai e ver a diferença do antes para o depois foi muito gratificante”,pontua.

A reportagem foi produzida pelo estagiário de jornalismo da TV Centro América Erick Zanatta durante o Projeto Multi.

Fonte: primeirapagina

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