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Proteínas de Camelo e Lhama: Aliados no Tratamento do Alzheimer, Revela Estudo Científico

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Proteínas de camelo e lhama podem ajudar a tratar Alzheimer, descobrem cientistas

As proteínas foram encontradas em animais da família do camelo e podem se tornar um novo tratamento contra o Alzheimer - Foto: Canva
As proteínas foram encontradas em animais da família do camelo e podem se tornar um novo tratamento contra o Alzheimer – Foto: Canva

Pesquisadores franceses descobriram que proteínas minúsculas produzidas por animais da família do camelo podem ser a chave para um novo tratamento contra o Alzheimer. Isso se dá porque esses compostos podem alcançar áreas do cérebro que outros procedimentos não conseguem.

O estudo foi realizado por pesquisadores do Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS), na França, que reuniram avanços recentes sobre essas moléculas especiais, chamadas de nanocorpos. Eles explicam que o tamanho reduzido dessas proteínas pode permitir que elas cheguem ao cérebro com menos efeitos colaterais.

Apesar do potencial animador, os cientistas ressaltam que ainda será necessário cumprir uma série de etapas antes de qualquer aplicação em humanos. A segurança, a estabilidade e o funcionamento dessas moléculas precisam ser testados a fundo.

O que são esses nanocorpos

Nanocorpos são versões menores e simplificadas dos anticorpos comuns. Em vez da estrutura grande em forma de “Y” que o corpo humano costuma produzir, esses anticorpos têm formato mais compacto. Isso permite que eles entrem em espaços minúsculos das células e alcancem regiões onde outros tratamentos não chegam.

Camelos, lhamas e alpacas produzem naturalmente anticorpos dessa categoria. No laboratório, cientistas conseguem deixá-los ainda menores — cerca de dez vezes mais compactos que um anticorpo tradicional. Essa característica facilita a entrada dessas moléculas em estruturas complexas, inclusive no sistema nervoso.

Esses nanocorpos já mostraram ação contra vírus como influenza, norovírus, HIV e até contra o coronavírus que causa a COVID-19. Agora, começam a ganhar espaço também em pesquisas voltadas a doenças neurológicas.

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Como esses nanocorpos podem ajudar no Alzheimer

Por muitos anos, pesquisadores acreditaram que essas proteínas não conseguiriam chegar ao cérebro, pois seriam eliminadas pelos rins antes disso. Além disso, existia dúvida sobre a capacidade delas de atravessar a barreira hematoencefálica — estrutura que protege o cérebro e impede a entrada de substâncias indesejadas.

Estudos mais recentes, porém, mudaram esse cenário. Experimentos com animais demonstraram que nanocorpos modificados em laboratório conseguem atravessar essa barreira e atingir marcadores ligados ao Alzheimer, como as proteínas tau e beta-amiloide, consideradas principais responsáveis pelos sintomas da doença.

Segundo o neurofarmacologista Philippe Rondard, do CNRS, esses nanocorpos podem inaugurar uma nova geração de terapias biológicas para o cérebro, criando uma classe intermediária entre anticorpos tradicionais e medicamentos pequenos.

O que ainda precisa ser estudado

Apesar do avanço, os pesquisadores destacam que o caminho até um tratamento aprovado ainda é longo. Antes de testar essas moléculas em humanos, será preciso avaliar fatores como:

Também será necessário desenvolver versões estáveis para armazenamento prolongado e transporte até clínicas e hospitais.

Pierre-André Lafon, especialista em genômica funcional, explica que esses nanocorpos são solúveis e conseguem entrar no cérebro de forma passiva. Isso é visto como uma vantagem em relação a medicamentos tradicionais, que muitas vezes têm dificuldade para atravessar a barreira protetora do cérebro.

O laboratório francês já iniciou testes para entender quanto tempo essas moléculas permanecem ativas no organismo e se elas podem ser usadas em tratamentos contínuos. Os primeiros resultados indicam que isso é possível, mas ainda há muito trabalho pela frente.

A pesquisa completa foi publicada na revista Trends in Pharmacological Sciences.

As proteínas foram encontradas em animais da família do camelo e podem se tornar um novo tratamento contra o Alzheimer – Foto: Canva

Fonte: sonoticiaboa

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