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Política

Presos do 8/1 na cadeia argentina: desafios com pensamentos suicidas, ameaças e inusitada presença de aranhas na água

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Na semana passada, a presidente da Comissão de Direitos Humanos do Senado, esteve na Argentina para visitar exilados do 8 de janeiro. A parlamentar foi acompanhada de assessores, além do senador

A comitiva esteve no Complexo Penitenciário de Ezeiza, em Buenos Aires, onde estão cinco presos. Todos acabaram na cadeia, em virtude de mandados de prisão expedidos pela Justiça local. O ato ocorreu quando os presos tentaram renovar a precária, documento que permite a estadia temporária de um estrangeiro em determinado país. A seguir, os nomes:

  • Rodrigo de Freitas Ramalho, de 35 anos, natural de Marília. Condenado a 14 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF);
  • Ana Paula de Souza, de 34 anos, natural de Florianópolis (SC). Condenada a 14 anos de prisão pelo STF;
  • Wellington Luiz Firmino, de 35 anos, natural de Sorocaba (SP). Condenado a 17 anos de prisão pelo STF;
  • Joel Borges Corrêa, de 47 anos, natural de Tubarão (SC). Condenado a 13 anos de prisão pelo STF;
  • Joelton Gusmão de Oliveira, de 47 anos, natural de Vitória da Conquista (BA). Condenado a 16 anos de prisão pelo STF.

Durante o ato humanitário, Damares e Girão testemunharam a condição de vulnerabilidade dos manifestantes, vítimas também de maus-tratos no cárcere. Os detalhes constam em um relatório da comissão, ao qual a Revista teve acesso em primeira mão.

Ana Paula de Souza, envolvida nos atos do dia 8 de janeiro, e presa na Argentina | Foto: Divulgação/Arquivo pessoal
Ana Paula De Souza, Envolvida Nos Atos Do Dia 8 De Janeiro, E Presa Na Argentina | Foto: Divulgação/Arquivo Pessoal

Ao ser ouvida pela comitiva, em uma sala reservada para o encontro, Ana Paula relatou que vive em um “ambiente de encarceramento hostil”.

De acordo com a mulher, ela divide cela com outras três presas argentinas. Constantemente, as mulheres a ameaçam. Não bastasse a intimidação, Ana Paula tem sido maltratada. Conforme a manifestante do 8 de janeiro, ela recebeu da família um recipiente com água potável, porém, ao acordar, encontrou aranhas colocadas lá dentro.

“A detenta também apresentou sinais de debilidade física e emocional, relatando sintomas compatíveis com quadro depressivo e desânimo geral”, afirmou o documento. “Apontou ainda que aguarda há mais de 30 dias a realização de mamografia para investigação de possível câncer de mama, enfermidade com histórico familiar.”

Segundo os relatos dos congressistas, Ana Paula estava “visivelmente abatida, magra, chorosa e descontrolada emocionalmente”.

Depois de falar com Ana Paula, a comitiva conversou com os outros quatro presos, trazidos juntos.

O relatório observa que Joel Corrêa, desde o momento em que foi preso, já perdeu 35 quilos. “Está em depressão gravíssima e já pensou em desistir da vida”, alertou o documento. Os senadores constataram que Corrêa estava com “a boca estourada, como se fosse uma espécie de infecção ou herpes”. Corrêa relatou aos parlamentares que pensou em suicídio várias vezes. Quando chegou à Argentina, o homem tirou carteira de habilitação para trabalhar como motorista, mas teve o sonho de uma vida normal bruscamente interrompido pelas autoridades.

também perdeu peso Além disso, ele está com crise de pânico. “Ao se exercitar, rompeu o ligamento dos joelhos”, advertiu o relatório. “Os senadores constataram que o caso é tão grave que, quando Ramalho mexeu o joelho, ouviram um estalo. Rodrigo relata sentir dor o tempo todo.”

A situação é ainda mais dramática para O preso do 8 de janeiro sofreu um acidente na Argentina e precisou fazer uma cirurgia no braço. O pino do braço, contudo, está fora do lugar. “Quando os senadores tocaram no braço dele, sentiram o parafuso fora do lugar”, disse o texto. “Relata que sente dor, por 24 horas.”

O relatório constatou ainda que Joelton está “muito magro, abatido, em depressão”.

Os senadores estiveram também com Lisandro Catalán, secretário-executivo do Ministério do Interior.

Damares e Girão pediram a ele celeridade na análise dos pedidos de refúgio e solicitaram atenção humanitária aos casos apresentados.

Fonte: revistaoeste

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